3 de janeiro de 2019

Opinião – “AXL: Uma Amizade Extraordinária” de Oliver Daly


Sinopse

A.X.L. é um cão robótico ultra-secreto criado pelo exército para ajudar a proteger os soldados do futuro. O nome de código atribuído pelos cientistas que o criaram significa Ataque, Exploração e Logística, e representa a mais avançada geração de inteligência artificial. Depois de uma experiência falhada, A.X.L. é encontrado no deserto por um viajante chamado Miles (Alex Neustaedter), que cria uma ligação com ele após ativar a sua tecnologia de emparelhamento. Juntos, criam uma amizade especial. A.X.L. ajuda Miles a ganhar a confiança que lhe falta e faz tudo para proteger o seu novo companheiro, enfrentando os cientistas que querem recuperá-lo a todo o custo. Sabendo o que está em jogo se A.X.L. for capturado, Miles alia-se a Sara (Becky G) para proteger o seu novo melhor amigo.

Opinião por Artur Neves

A história até é comum entre um rapaz que gosta de andar de praticar motocross, a sua potencial namorada num convencional romance para a vida (todavia sempre dependente da interpretação dos olhos que o vêm) o rival que também pretende conquistar a menina (nestas histórias um triangulo fica sempre bem) e o seu cão… fiel… só que aqui é que muda tudo.
O cão é um dispositivo robótico munido de inteligência artificial, programado como arma de guerra letal, mas que por abandono dos seus criadores num cemitério de contentores e de automóveis, desenvolve “sentimentos” de fidelidade e obediência ao menino que o encontrou e de alguma maneira o “consertou” com algumas peças da sua mota, também ela parcialmente destruída por razões que o leitor saberá se tiver paciência para gastar tempo com filmes destes.
Só me ocorre dizer é que a Netflix teria feito melhor se fosse dar banho ao cão em vez de nos apresentar histórias destas que de ficção estão bem... pois isto é ficção pura, científica nem por isso, porque os “cientistas” que produziram o cão são mais do tipo rockeiro do que homens de ciência e misturar temas tão díspares como o amor e a inteligência artificial numa história indigente e forçadamente lamecha não constitui qualquer serviço de mérito que se preste ao cinema.
Não obstante podem apreciar-se algumas cenas de motocross de antologia que divertirá os aficionados, todavia, nada que o YouTube não mostre gratuitamente e durante mais tempo… mas enfim os adeptos da modalidade vão encontrar aí alguns motivos de interesse. Em tudo o resto é o vazio completo, sem rasgo, sem imaginação, sem consistência, sem sequer faltar a submissão da menina ao rival do amor seu coração, por viver de favor com a mãe na casa deste, numa clara evocação da “coitadinha” dos tempos coloniais, ou dos tempos de Trumpismo que os USA atravessam, fica à escolha do leitor.
Só me resta recomendar que vão todos dar banho ao cão e molhem-se com ele para refrescar as ideias. A classificação vai para os efeitos especiais que são independentes de quem os utiliza.

Classificação: 3 numa escala de 10

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