Sinopse
Uma jovem desperta após nove anos em coma.
Durante este período, um evento apocalíptico matou
milhões de pessoas e deixou o mundo habitado por pouquíssimas pessoas – um
cenário de horror e escuridão.
Opinião
por Artur Neves
E se, por causa de um evento
desconhecido, resultante de uma falha num ensaio científico que matou um milhão
de pessoas, esses mortos convivessem “alegremente” com os vivos, nas cidades,
nas ruas, nas suas casas, embora sem qualquer interacção entre mortos e vivos
mas apenas como uma visão etérea que se desfaz em fumo como resultado de
qualquer eventual contacto.
Difícil de conceber não
é?... pois é o que nos mostra esta história, com um cheirinho a “Crepúsculo”,
baseada no romance de Daniel Waters que já deu origem a uma série televisiva
nos USA; “Generation Dead” que em resumo, substitui zombies por vampiros e
constrói romances entre adolescentes numa saga semelhante ao “Crepúsculo” que
passou entre nós e que tão bons resultados de bilheteira alcançou.
Temos portanto aqui um thriller fantasia que conjuga um perfil
gótico suave de cara bonita do personagem principal, Verónica Calder (Bella
Thorne) com um adolescente meio desleixado, Kirk Lane (Richard Harmon) mas
atento aos sinais que aquele estranho mundo emana, que o fazem inferir um
perigo de morte latente contra Verónica, por estar sendo perseguida por um
serial killer, vivo ou morto, representando um sério perigo que Kirk se ocupa
em investigar para a proteger.
As cenas são apresentadas
como sendo assuntos para adolescentes, até mesmo o professor Bittner (Dermot
Mulroney) num misto de anjo demónio, como mais tarde se vem a revelar, tem
diálogos descomprometidos, embora vagamente insinuantes com Verónica, mas
sempre tudo em modo suave, sem medos nem surpresas e com ninfas flutuando num éter
aquático como que de sereias se tratassem, provocando associações com ambientes
de outras histórias também dedicadas á juventude. Tudo é calculadamente
desenvolvido para embalar, para envolver espectador e personagens numa toada de
fantasia um pouco desajustada ao ambiente de thriller tradicional.
Nenhum destes comportamentos
conduzem á aceitação do argumento como algo verosímil ainda que remotamente. Em
livro e para leitores que se deixem embalar por explicações pormenorizadas que lhes
construam imagens mentais de sonho e fantasia, misturadas com alguma ação de
crime e castigo, ainda é possível que funcione mas o cinema tem outra linguagem
e pretende-se mais objetivo ainda que essa objetividade seja simulada e apenas
válida para o ambiente criado.
Neste filme, tudo se perde e
nada se transforma, constitui uma história falhada que nunca se define
concretamente ao que vem. A classificação indicada a seguir vai para o que se
pretende mostrar, para os meios envolvidos e para a dignidade da representação.
Presumo que pretenda cativar uma população mais jovem mas mesmo nesse meio não
sei se terá tido sucesso.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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