Sinopse
Do galardoado ator Steve McQueen (Vencedor do Oscar
com “12 Anos Escravo”) e da autora do best-seller “Em Parte Incerta” Gilian
Flynn, chega-nos um thriller intenso com o pano de fundo do crime, paixão e
corrupção. “Viuvas” conta a história de quatro mulheres sem nada em comum,
exceto uma dívida deixada pelas atividades criminosas dos seus maridos
falecidos. Em plena Ghicago, no meio do tumulto, as tensões aumentãm quando
Verónica (Viola Davis), Alice (Elizabeth Debicki), Linda (Michelle Rodriguez) e
Belle (Cynthia Erivo) assumem o destino nas suas próprias mãos e planeiam
construir o seu futuro nos seus próprios termos. “Viuvas” é também protagonizado
por Liam Neeson, Colin Farrell, Robert Duvall, Daniel Kaluuya, Lukas Haas e
Brian Tyree Henry.
Opinião
por Artur Neves
Goste-se ou não de Steve
McQueen, é insofismável que ele deixa uma marca de relevo no cinema americano
com temas fortes e personagens ricos em sofrimento e mortificação do corpo e do
espírito. Em “Fome” de 2008, “Vergonha” de 2011 ou “12 Anos Escravo” de 2013,
que lhe valeu o primeiro Oscar, McQueen apresento-nos sempre personagens que
sofrem a fome, os seus vícios, ou a submissão por outros à escravatura da
vontade e da liberdade. Em “Viúvas”, ele como que distribui por quatro mulheres
o sentimento primário de medo, numa história de sofrimento, duro, violento mas revestido
de um cinismo que nos agrada e em certas situações até se torna divertida.
Elas são todas pessoas de
bem, os maridos é que nem tanto e quando a carrinha de Harry (Liam Neeson) é
destruída numa forte explosão e com ela, os dois milhões de dólares que ele e
os seus companheiros tinham roubado tudo muda para aquelas mulheres, que são
responsabilizadas pela reposição do dinheiro pelos chefes do assalto, sendo
confrontadas com situações imprevistas para elas até então. Verónica (Viola Davis)
está soberba, como aliás já nos habituou noutras interpretações, no sofrimento,
na dor, e nos momentos de memória do seu carinhoso marido antes do assalto.
Mas é necessário sair do
impasse, urge encontrar uma solução para as ações punitivas do chefe do gang e se essa solução for tanto mais
completa, que de alguma maneira ainda lhes assegure a independência, tanto
melhor, e é aqui que entra a trama política e a chantagem com fotografias
comprometedoras para obter o que pretende, que é tão-somente a liberdade do
medo sentido nos últimos tempos.
Esta história apresenta
elementos que seriam mais úteis e funcionais numa série de televisão, do que nos
129 minutos de duração do videograma, mas McQueem esbanja recursos e talentos
em todos os personagens criados e nós só temos de agradecer.
O enredo está bem conseguido
podendo ser tomado como exemplo, de como histórias de crime e de drama podem
ser também divertidas, ao mesmo tempo que nos mostram que tudo depende de nós e
da nossa capacidade de raciocínio nos momentos de tensão e desespero. Muito boas
interpretações de todos os personagens femininos criados que bem podem ser
chamadas de “Oceans Four” com mais propriedade do que as “Oceans Eight”
recentemente apresentadas nas salas do país. Estas pelo menos têm razões de sobrevivências
para atuarem, recomendo.
Classificação: 8 numa escala
de 10
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