Sinopse
Lisbeth Salander, a figura de culto e protagonista da
aclamada série “Millenium” criada por Stieg Larsson, volta ao cinema com A
Rapariga Apanhada na Teia de Aranha, do recente best-seller mundial escrito por
David Lagercrantz. A vencedora do Globo de Ouro Claire Foy, atriz em “The
Crown” interpreta Lisbeth Salander sob a realização de Fede Alvarez, realizador
do thriller “Nem Respires” de 2016; argumento adaptado por Steven Knight, Fede
Alvarez e Jay Basu.
Opinião
por Artur Neves
Stieg Larsson, jornalista
sueco já falecido, autor da Trilogia “Millennium” já transposta para o cinema noutros
tantos filmes que podem ser enquadrados no género thriller, destacaram o
personagem de Lisbeth Salander, uma hacker
de elevada competência (interpretado por Noomi Rapace, cujo notório desempenho
a conduziu ao estrelato), foram como que “repescados” pelo escritor também sueco
David Lagercrantz para continuar a anterior série de sucesso, donde resultou
este 4º filme. Muito embora a história não tenha qualquer ligação com as histórias
veiculadas na trilogia, exceto a personagem de Lisbeth e o seu amigo jornalista
Mikael Blomqvist, que neste filme apresenta-se mais inepto do que nos mostrou
na serie, o tema da violência sexual contra as mulheres continua a ser
abordado, em linha portanto com o movimento #meToo.
A história que agora nos
trazem é um thriller de suspense, rodado nas paisagens frias da Suécia,
bem ao nível do anterior Mlennium, mostrando uma Lisbeth Salander (Claire Foy)
bem ao nível punk da anterior, ornamentada
de piercings, tatuagens e fatos
negros, perfeitamente focada no seu objetivo de desmantelar uma organização
sinistra chamada “The Spiders”, contratada por vilões que mais tarde saberemos,
que pretendem obter o programa Firefall,
capaz de assumir o controlo de todos os sistemas de defesa anti míssil em todo
o mundo e fazer com eles o que muito bem entenderem.
Fede Alvarez, Uruguaio de
nascimento, em 1978 e autor do recente filme; “Nem Respires” em 2016, utiliza
aqui todos os seus talentos de bom construtor de ambientes sombrios para nos
cativar neste filme tecnológico, com profusa utilização da Internet que todos
conhecemos, mas levada ao extremo das suas potencialidades reais, incluindo a
invasão ao computador de um agente americano da NSA que detinha o programa e que
posteriormente parte em sua perseguição.
Para amenizar a história criou-se
um drama familiar com a desaparecida irmã de Lisbeth na forma de uma rivalidade
entre irmãos decorrente de um pai abusador, mas no geral não paira muita emoção
por ali. Fede Alvarez projetou e realizou um competente filme de ação, pegou
bem na atmosfera fria de Millennium, sempre em tons cinzentos azulados para
acentuar a solidão dos espaços mas esqueceu-se de conferir espessura humana aos
personagens que nos estimule alguma emoção diferente da tensão natural do filme
de ação.
Todo o filme apresenta-se
fluido e coerente, com meios técnicos de bom nível que nos mantêm a atenção e o
interesse numa história de espionagem global com a segurança do mundo inteiro
em jogo, embora lhe falte algo mais.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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