Sinopse
Nos arredores da Califórnia, quatro amigas de longa
data na casa dos 60 anos decidem ler, no seu clube do livro mensal, o polémico
romance "As Cinquenta Sombras de Grey". Assim se inicia uma mudança
que vai abalar as suas vidas por completo…
Opinião
por Artur Neves
Nunca percebi completamente
o motivo da mudança de nome dos filmes estrangeiros que vemos em Portugal. Com
um nome, pretende-se sintetizar no menor número de palavras possível, o tema ou
o assunto abordado no filme, que no original este tem: “Book Club”, “Clube de Leitura” que centrava as reuniões periódicas que
elas tinham e as conversas desenvolvidas em torno do romance escolhido e que no
caso as dinamizou para a procura de sexo numa idade pós-menopausa, onde
convencionalmente se acha que esses impulsos estão aplacados.
É verdade que no tal “Clube
de Leitura” nunca se viu ler-se qualquer livro, mas é igualmente verdade que o
modo como cada uma procurou sexo foi condicionado pelas suas experiências
anteriores, como aliás é normal, pelo que; “Do Jeito que Elas Querem” recentra
a ação para as iniciativas individuais, obviamente diferentes entre si, para a
obtenção de um desiderato comum, planeado e desenvolvido no tal “Clube de
Leitura” que as juntou e continuou a juntar para apreciação e reflexão sobre os
resultados obtidos.
Enfim, aceitando a mudança
de nome, o que temos aqui é uma comédia de costumes, na linha mais tradicional
da comédia americana, com quatro atrizes de peso com provas dadas, secundadas
por outros tantos atores, seus pares, igualmente bem qualificados.
A nota mais importante desta
história, da qual se adivinha tudo pelo andamento da ação, é não ter caído na
ridicularização fácil dos mais velhos pelos motivos e modos da busca de sexo
pelas quatro amigas, mas conferindo-lhes normalidade e dignidade de forma a
podermos rir com elas dos insucessos e não rirmo-nos delas, transferindo para
as filhas de Diane, (Diane Keaton) duas jovens, o odioso do convencionalismo da
censura de costumes.
O humor desta história é
conseguido pela falta de jeito que elas apresentam nas tentativas de conquista do
homem desejado, em comparação com a prática atual realizada por adolescentes. Elas
não sabem como se pintar, como se vestir, como se tornar atraentes e mostrar a disponibilidade
que possuem nesta fase da vida, para cativar os seus preferidos. Por outro lado
é um filme que não apresenta qualquer cena de sexo, ou sequer erótica, apesar
do seu desejo estar sempre presente atravessando liminarmente as quatro amigas.
É um filme otimista sem
reservas, em que os cenários são claros, vistosos, bem decorados e com cores
vivas utilizando músicas bem conhecidas. Este facto porém, confere alguns laivos
de spot publicitário a alguns trechos
da ação, que são compensados pela homenagem à “sexsalescência”, a capacidade
sexual em faixas etárias mais avançadas onde é “normal” encontrar-se a amargura
do envelhecimento e o medo da morte.
Sem surpresas, quase como por
milagre, todos os problemas amorosos das quatro amigas são resolvidos com
sucesso, neste filme ligeiro, sem complicações profundas, que dá para sorrir,
ver e esquecer a breve prazo.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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