Sinopse
Bohemian Rhapsody é uma celebração vincada da banda
Queen, da sua música e do seu extraordinário vocalista Freddie Mercury, que
desafiou os estereótipos e quebrou as convenções para se tornar um dos artistas
mais amados do mundo. O filme conta a história por detrás da ascensão brutal da
banda através das suas canções icónicas e sons revolucionários. Relata também a
quase implosão da própria banda graças ao estilo de vida corrosivo de Mercury,
e da sua reunião triunfante na véspera do Live
Aid, onde Mercury, lutando contra uma doença mortal, guia a banda por uma das
maiores atuações da história do rock. É durante este processo, cimentando o
legado de uma banda que sempre foi uma família, que se continua a inspirar
sonhadores e amantes da música até hoje.
Opinião
por Artur Neves
Bohemian Rhapsody, a canção,
é uma referência na história dos Queen desde o início do grupo da década de 70,
tendo sido finalizada em 1975, muito embora já andasse na cabeça de Freddie
Mercury desde os anos 60 e tivesse tomado a forma como foi apresentada no álbum
da banda britânica “A Night in the Opera”,
incluindo a participação de outros membros do grupo que nela colaboraram. Como tal,
é compreensivo que o seu nome figure como ex-libris de um grupo tão
significativamente famoso no mundo do hard
rock ou Rock progressivo como também é denominado.
Assim, o biopic que nos é apresentado
neste filme que conjuga a banda com o homem que melhor a representou, suportou
e constituiu a sua essência, parece-nos estranho no corpo de Rami Malek que nos
mostra apenas uma silhueta menor desse grande intérprete e criador que foi
Freddie Mercury com uma vida emocional sombria e complexa. O que Malek nos
apresenta é um desempenho superficial, embora nos consiga galvanizar em certas
passagens de concertos, devido possivelmente a uma mistura digital da voz de Mercury
e da música dos Queen, mas de qualquer modo falta-lhe substancia que credibilize
a sua apresentação.
Todavia, Remi Malek (que
está muito bem na personagem de Louis Dega em “Papillon”) não pode ser culpado
disto, pois nem todos podem ter a extraordinária voz de Mercury, só que isso
significa que não será ainda agora que conseguimos ter o verdadeiro biopic
desta banda que em 1985, no concerto Live
Aid, galvanizou uma enorme assistência constituída por quase dois milhões
de pessoas. Ainda assim, esta é a melhor parte do filme, que nos permite ouvir
as músicas intemporais dos Queen e concluir que eles, com a voz de Mercury, foram
os maiores do seu tempo.
Bryan Singer, que foi substituído
a três semanas do final da produção por Dexter Fletcher, não trata com realidade
a sexualidade de Mercury. Ele assumiu frontalmente a sua homossexualidade,
tendo tido diversos parceiros sexuais masculinos, dos quais o mais permanente
foi Jim Hutton que o acompanhou até à morte em 1991, vítima do vírus da SIDA,
mas o filme não assume francamente essa faceta deixando para o espetador a
suspeita dos factos referindo-se a eles vaga e superficialmente.
Embora com falhas é um
musical grandioso que merece atenção, vê-se com agrado e permite recriar
momentos inesquecíveis. Recomendo.
Classificação: 7 numa escala
de 10
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