Sinopse
Quando Shu
Ren é raptado e preso na complexa prisão de Hades, Ray Breslin é chamado a
resgatá-lo. Especialista em entradas em espaços de alta segurança e vigilância apertada,
vai infiltrar-se, juntamente com Trent Derosa e a sua equipa, nessa prisão
computorizada e em permanente mutação de espaços e divisões.
Opinião
por Artur Neves
Quando em 2013 Sylvester
Stallone e Arnold Schwarzenegger interpretaram “Plano de fuga”, um desafio de
evasão de uma prisão de alta segurança perpetrado por dois especialistas em
segurança não poderia pensar-se que uma ideia tão peregrina como esta pudesse
ter uma sequela. Afinal enganámo-nos e ela aqui está em “Plano de Fuga 2”
procurando complicar o que já era complicado no primeiro filme, concebendo um
edifício que está em constante mutação volumétrica por acção de um programa de
computador.
Desta vez o Arnold não
esteve pelos ajustes e o Stallone (Ray Breslin no personagem) muito longe dos
seus desempenhos em “Rambo” ou na saga “Rocky”, socorreu-se de um Dave Bautista
façanhudo (Trent Derosa) e vai de interpretar uma equipa de especialistas em
fugas para salvarem o terceiro elemento cativo em Hades.
Tudo isto poderia ter algum
sentido se a acção tivesse pretensões de realismo e verosimilhança como noutras
histórias com este tema, como por exemplo em “O Rochedo” de 1996 ou mais
epicamente em “Papillon” de 1973 baseado numa história real. Mas não, nesta
história é tudo fantasia, realizada com a arte de encantar que aqui apenas
serve para embebedar os incautos que possam aceitar como possível a contínua
movimentação das paredes de uma prisão, sem considerar os imprescindíveis ancoramentos
das estruturas, sem os quais tudo aquilo cairia como um baralho de cartas mal
equilibrado.
O argumento é muito simples,
como convém, para justificar as sucessivas demonstrações de artes marciais e de
wrestling, igualmente levadas ao
extremo de execução entre as quais o plano de fuga toma forma socorrendo-se de
ligeiros artefactos quotidianamente normais, mas que ali são suficientes para ultrapassarem
o maquiavélico poder do computador Hades que controla toda a prisão e os
elementos que lá estão retidos.
Durante 96 minutos, Steven
C. Miller, realizador americano de filmes de aventuras com pouco contexto, como
por exemplo em “Saqueadores” de 2016, onde manifestamente falha por não saber
segurar o argumento e privilegiar a ação ao enredo, ou em “Arsenal” de 2017 com
uma história paupérrima, faz-nos seguir mais esta história fraquinha, que
progride lentamente, ao ritmo da escassez de elementos que eventualmente a
poderiam valorizar. Nestas condições inevitavelmente o bocejo surge, intervalado
pela consulta do relógio na escuridão da sala, pois para tão pouca “uva” a “parra”
do tempo é incomensuravelmente longa.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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