Sinopse
Esta é a história da ascensão e queda do senhor da
droga colombiano, Pablo Escobar Gaviria (Javier Bardem), fundador do cartel de
Medellín, contada pela sua glamorosa amante Virgínia Vallejo, já então uma
jornalista conhecida com o seu próprio programa de televisão. Brilhante e cheio
de ação, Amar Pablo, Odiar Escobar passou pelo Festival de Veneza e Toronto.
Opinião
por Artur Neves
Seguindo um roteiro
argumentista muito próximo da serie televisiva “Narcos” editada pelo canal Netflix,
este filme tem como base a descrição da vida passada com Pablo Escobar, publicada
em livro pela sua amante preferida; Virginia Vallejo (Penélope Cruz) jornalista
em ascensão na televisão Colombiana por quem o traficante, já fortemente
envolvido nos negócios da droga, cai de amores no primeiro encontro de ambos durante
uma festa.
Na serie televisiva este
facto torna-se um pormenor, pois com tantos eventos dignos de registo sobre a
vida em ascensão do traficante, (conseguiu eleger-se como senador no parlamento
Colombiano depois de corromper pessoas influentes do meio) os amores lá
reportados são múltiplos e variados, sendo este apenas mais um.
No filme, toda a história
gira em torno deste caso que atravessou a sua vida até à queda em Dezembro de 1993
quando foi apanhado através de uma escuta telefónica para a sua mulher e filha,
por quem ele tinha especial predileção, tendo sido em sequência morto a tiro
quando fugia pelos telhados da casa onde se escondia. Na realidade, nunca ficou
provado que tenha sido morto pelos militares que o perseguiam, ou se a sua
morte foi um ato de suicídio como defendem Roberto Escobar e Fernando Sanches,
seus irmãos que juram ter ouvido do próprio que se mataria com um tiro atras da
orelha se algum dia fosse apanhado sem hipótese de fuga.
A dupla Barden/P. Cruz
(Pablo/Virginia) fazem um bom trabalho no desempenho dos seus papéis, todavia,
decorrente dos factos, a história apresenta um pendor mais descritivo e jornalístico
do que emotivo, complementado pela descrição em off de várias situações retratadas, pela própria Virginia, não
estando ao nível da capacidade dos intérpretes que já nos apresentaram outras
performances de maior intensidade dramática. Como já disse a sequência
histórica dos eventos está muito próxima da serie “Narcos” só que em 123
minutos muita coisa fica por dizer, donde o complemento narrativo da Virginia
Vallejo real se justifique e aceite sem reservas.
Apesar das fugas e guerras
com a polícia e com os outros narcotraficantes seus concorrentes, toda a
história apresenta uma toada morna que permite citar a vertente filantrópica de
Pablo Escobar que justifica o completo e incondicional apoio do povo de Medellín
ao traficante, seu benfeitor, seu “Robin dos Bosques” que eles defendem e por
quem dão a vida a troco de dinheiro e de segurança para a família.
Temos assim uma história de
vida ímpar, despótica, filantrópica, criminosa, profundamente devotada à
família que tem como expoente dramático máximo no filme, a recusa de saída, pela
polícia, da sumptuosa prisão que mandou construir após um acordo com o governo
da Colômbia, para comprar um gelado á filha. Como cultura geral vale a pena
ver.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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