19 de junho de 2018

Opinião – “Mau Samaritano” de Dean Devlin


Sinopse

Dois jovens que arrumam carros num restaurante local criam um esquema inteligente para assaltar as casas dos clientes enquanto eles comem. As coisas correm bem até um deles assaltar o cliente errado e descobrir uma mulher cativa. Temendo ir para a prisão, deixa a mulher e devolve o carro no restaurante. Cheio de remorsos, faz um telefonema para a Polícia, que não encontra nada quando investiga. Agora, o arrumador tem de suportar a ira do raptor que tenta vingar-se, enquanto tenta desesperadamente arranjar maneira de salvar a mulher cativa que deixou para trás.

Opinião por Artur Neves

“Mau Samaritano” seria se Sean Falco (Robert Sheehan) tivesse abandonado à rapariga cativa que encontrou na casa, à sua sorte, mas não foi assim, impossibilitado de resgatá-la num primeiro tempo moveu céu e terra com risco da sua própria segurança e das pessoas que mais amava para a salvar, como redenção para a sua precipitada atitude inicial e cumprindo a regra básica de solidariedade em ajudar o próximo mesmo que completamente desconhecido. No limite será um “Mau Samaritano” arrependido.
A história que Dean Devlin nos conta, realizador americano nascido em Nova Iorque que tem no seu curriculum êxitos recheados de emoção e surpresa tais como; “O Dia da Independência” 1 e 2 (1996 e 2016) “Stargate” (1994) dos quais já se anunciam sequelas, “Godzila” (1998) traz-nos agora este thriller psicológico de suspense bem urdido do confronto com um psicopata totalmente fora da realidade embora muito rico e poderoso e das suas taras de dominação humana e formatação de vontade aos seus tresloucados desígnios.
Cale Erendreich (David Tennant), o psicopata, consegue transmitir-nos a personagem fria, calculista, impiedosa, exibindo raiva e desapego contra o mundo enquanto se diverte com o sofrimento infligido por ele a outros apenas para seu prazer e desfrute da destruição de um ser humano, cuja maior falta, é não se enquadrar aos seus parâmetros doentios e não se submeter aos seus aleatórios desejos de dominação e poder absoluto.
Entre as tentativas de salvamento de Sean e os maldosos ataques de Cale para o aniquilar, depois de lhe preparar diferentes armadilhas, a história desenvolve-se em ritmo crescente de emoção, numa toada de ação e de surpresa, com diferentes twists que mantêm o espetador atento e interessado. Claro que cedo se percebo que Cale tem de ser castigado e a rapariga salva, mas o caminho para lá chegar não é evidente indo-se revelando ao longo dos 110 minutos de ação do filme que se vêm com agrado.
Oportunidade ainda para se apreciar o efeito da anunciada Internet das Coisas (do Inglês; Internet of Things “IoT”) numa casa moderna, completamente assistida por software de vigilância e de realização de tarefas, comandada remotamente através de uma App instalada num telemóvel normal. Ainda é apenas uma primeira amostra da tecnologia de robotização das nossas casas, mas já nos mostra algumas das suas “maravilhosas” possibilidades. História escorreita e filme com interesse, recomendo, se não for impressionável com algumas cenas mais gore.

Classificação: 6,5 numa escala de 10

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