Sinopse
Baseado no aclamado best-seller do New York Times escrito por David Levithan, “A Cada Dia” conta a história de Rhiannon, uma rapariga de 16 anos
que se apaixona por uma misteriosa alma chamada “A”, que cada dia ocupa um corpo diferente. Sentido uma ligação
ímpar, Rhiannon e “A” todos os dias
se esforçam para se encontrarem, desconhecendo o quê ou quem o novo dia trará.
Quanto mais os dois se apaixonam, mais a realidade de amar alguém que é uma
pessoa diferente a cada 24 horas começa a pesar, deixando Rhiannon e “A” perante a decisão mais difícil que
alguma vez tiveram de tomar.
Opinião
por Artur Neves
Esta é mais uma história que
se apresente como sendo… “para ver como era, se assim fosse como seria…”. É claro
que esta frase não faz muito sentido, mas o filme também não, pelo que ao ser
citada serve como preparação e aviso para o resto do texto que o leitor
decidirá se pretende continuar a ler.
Almas… espíritos sem corpo como
a sinopse refere, pertencem a outro género cinematográfico onde este filme
definitivamente não se insere. Passado numa escola americana do segundo ciclo
entre jovens púberes que convivem entre si com a naturalidade e a esperança
inerentes à idade, exceto para Rhiannon, (Angourie Rice, Australiana de 17
anos) que se sente ligada à tal alma nómada designada por “A”, que todos os
dias ocupa um corpo diferente do qual expulsa por esse período o seu legítimo proprietário.
Depois de feitas as
apresentações, (diariamente Rhiannon tem de encontrar e reconhecer “A” num novo
corpo com um novo e diferente rosto) lá seguem as duas… ou “A” e ela… para o
desfrute do resto do dia perfeito em sintonia de desejos, gentilezas, quereres
e pensamentos coincidentes sobre a existência, sobre o futuro e sobre a vida
até às 23h:59min (qual Cinderela dos tempos modernos) para no dia seguinte
voltarem à mesma saga repetida naquele dia.
Embora “A” seja sempre o
mesmo espírito, todos os dias o assunto em discussão vai divergindo para os
diferentes aspetos afetivos, sociais e em relação aos outros, que uma relação
como aquela pode propiciar, abordando-se assim diferentes vertentes do crescimento,
da maturação do carater dos diferentes jovens postos em presença, premissa esta
que pode resultar bem em romance (não duvido do sucesso do New York Times) mas que em filme carece da componente descritiva
que o formato não comporta, tornando-se portanto repetitivo, déjà vu, expectante sobre o resultado e
com pouco interesse como espetáculo, embora se possa aproveitar como válida a
conclusão final veiculada na história.
Michael Sucsy, realizador
americano nascido em 1973, já assinou um trabalho do tipo drama, romance, “Prometo
Amar-te” de 2012 de pendor algo romântico e outros trabalhos de género
diferente como assistente de realização e argumentista, tendo mesmo ganhado um
Emmy como argumentista. Ao dedicar-se a esta tarefa, presumo que deve ter
avaliado a qualidade do romance que a suporta, mas que todavia em linguagem
cinematográfica não funciona como o blockbuster
equivalente ao best-seller a que chegou
o livro.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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