Sinopse
Um grupo de cientistas
noruegueses descobre uma forma de encolher seres humanos e assim perspetivar
uma mudança global em 200 anos que poria fim à ameaça de extinção de recursos.
É assim que Paul Safranek e a sua esposa Audrey decidem abandonar as suas vidas
stressantes, em Omaha, para se tornarem mais pequenos e mudarem para uma
comunidade encolhida – uma escolha que irá mudar as suas vidas.
Opinião
por Artur Neves
Antes da apreciação desta peregrina
história julgo necessário elucidar o leitor sobre um risco a que todos estamos
sujeitos decorrente do aquecimento global, provocado pela acumulação nas altas
camadas atmosféricas de gases de efeito estufa. Esse aquecimento tem provocado
o degelo da calote gelada do Artico e com ela a redução de espessura da camada
gelada subterrânea designada por permafrost,
que contém no seu interior elevadas quantidades de biomassa em fase de
putrefação, geradora de metano, um gás por excelência causador do efeito
estufa, que se libertado na atmosfera por rutura do seu contentor iria elevar
drasticamente a temperatura na terra conduzindo-nos inevitavelmente ao extermínio
e ao fim da existência tal como a conhecemos.
Considerando esta ideia,
Alexander Payne conta-nos uma história com objetivos ecológicos, tendente a
reverter esta calamidade através da redução de dimensão da espécie humana à
altura individual de cerca de 12 cm justificando que assim produziríamos em 4
anos os detritos que atualmente produzimos em cerca de uma semana, reduzindo assim
a tendência de poluição ambiental que todos conhecemos. Não resisto a comparar
pela negativa esta ideia com aquela frase que diz: “se todos fosse-mos mais
gordos vivíamos mais unidos” numa clara referência à utopia da união através o
aumento de volume físico.
Contendo ainda outras
complicações do foro sentimental, para compor o ramalhete como filme a história
agrupa estes “heróis” da salvação do mundo numa congregação de liberdade, paz e
amor e culto ao sol, do qual se despedem para “hibernar” numa caixa guardada nas
entranhas da terra à espera que o cataclismo esperado lhes restitua o tempo de
redenção e de retorno como catalisadores de um novo princípio e de uma nova
ordem, como seres pequenos e mais inócuos à contaminação ambiental.
O que mais me espanta é que
Alexander Payne é a mesma pessoa que já nos deu obras excelentes, tais como; “Nebraska”
em 2013, e “Os Descendentes” em 2011, ou “As confissões de Schmidt” em 2002 e
esse magnífico road movie que é “Sideways”
em 2004 e apresenta-nos aqui esta aberração mental durante 136 minutos que
desde cedo me levou a pensar nas razões desta história e a concluir
inevitavelmente que Alexander Payne passou-se!...
Classificação: 3 numa escala
de 10
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