Sinopse
Taraji P.
Henson é Mary, uma assassina profissional que trabalha para uma família de
crime organizado em Boston.
A vida de Mary
muda radicalmente depois de conhecer um rapaz com quem se cruzou num dos seus
golpes profissionais que correu mal.
Opinião
por Artur Neves
Costuma dizer-se, numa
descrição simplista da atividade cinematográfica que: “o cinema dá o que a vida
tira”. No contexto da frase, “o que a vida tira”, ou melhor o que se vai
perdendo ao longo da vida; é a inocência, a crença num bem maior, a beleza das
pequenas coisas e dos pequenos gestos das pessoas. Ora neste filme tudo isso é
recuperado através da vivência na tela durante a duração do mesmo, embora se
trate duma ficção sem laivos de contacto com qualquer realidade deste mundo,
exceto no que concerne á violência dos atos e atitudes dos seus personagens.
A história desenvolve-se no
mundo do crime, das famílias de criminosos traficantes de droga que combatem
entre si pela disputa das áreas de intervenção e de controlo de distribuição e
venda do produto através dos passadores que são os seus escravos e os “donos”
dos viciados que deles dependem. É pois neste meio que Mary (Taraji P. Henson) desempenha o papel de assassina
profissional e agente de cobranças difíceis, a mando da família de Benny (Danny
Glover) que a adotou e lhe ensinou os segredos da “arte”, e do seu filho Tom
(Billy Brown) principal executivo das tarefas inerentes ao negócio da família.
Mary é
portanto uma competente assassina a soldo que se sensibiliza pelo filho Danny (Jahi
Di’Allo Wiston) de uma das suas vítimas, depois de sem qualquer contemplação
ter morto o pai do rapaz. Segue-lhe os passos, toma conta dele, dá-lhe um
sentido para a vida e protege-o, por remorso, por instinto maternal, ou por
outra virtude que o leitor interprete da história, quando vir o filme.
Apesar destas
contradições, a história tem ação bem desempenhada, daquelas em que muitos vilões,
com muitas armas disparam sem ferir ninguém e Mary com tiros certeiros de
pistola mata todos, sofrendo apenas ligeiros arranhões. Bons automóveis que
depois de esburacados como um passador continuam em movimento como que saídos
do stand, e cenas de pancadaria e de
tortura capazes de eliminar os mais fortes mas que ali servem apenas para os
neutralizar temporariamente.
Todavia, a
história contém ainda outros twists
que embora não sendo imprevisíveis através do desenrolar dos acontecimentos,
vão tentando dar corpo e esta ficção improvável e de alguma maneira divertindo
o espetador, que pode tomar para si outros pontos de vista da essência da
história, diferente do que eu lhe descrevo nestas linhas, estando aí o seu
mérito, embora reduzido á expressão mais simples da eterna luta entre o bem e o
mal. Diverte, tem muita ação e permitirá ao espetador optar pela justificação
que mais lhe agradar.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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