2 de março de 2018

Opinião – “Proud Mary – A Profissional” de Babak Najafi


Sinopse

Taraji P. Henson é Mary, uma assassina profissional que trabalha para uma família de crime organizado em Boston.
A vida de Mary muda radicalmente depois de conhecer um rapaz com quem se cruzou num dos seus golpes profissionais que correu mal.

Opinião por Artur Neves

Costuma dizer-se, numa descrição simplista da atividade cinematográfica que: “o cinema dá o que a vida tira”. No contexto da frase, “o que a vida tira”, ou melhor o que se vai perdendo ao longo da vida; é a inocência, a crença num bem maior, a beleza das pequenas coisas e dos pequenos gestos das pessoas. Ora neste filme tudo isso é recuperado através da vivência na tela durante a duração do mesmo, embora se trate duma ficção sem laivos de contacto com qualquer realidade deste mundo, exceto no que concerne á violência dos atos e atitudes dos seus personagens.
A história desenvolve-se no mundo do crime, das famílias de criminosos traficantes de droga que combatem entre si pela disputa das áreas de intervenção e de controlo de distribuição e venda do produto através dos passadores que são os seus escravos e os “donos” dos viciados que deles dependem. É pois neste meio que Mary (Taraji P. Henson) desempenha o papel de assassina profissional e agente de cobranças difíceis, a mando da família de Benny (Danny Glover) que a adotou e lhe ensinou os segredos da “arte”, e do seu filho Tom (Billy Brown) principal executivo das tarefas inerentes ao negócio da família.
Mary é portanto uma competente assassina a soldo que se sensibiliza pelo filho Danny (Jahi Di’Allo Wiston) de uma das suas vítimas, depois de sem qualquer contemplação ter morto o pai do rapaz. Segue-lhe os passos, toma conta dele, dá-lhe um sentido para a vida e protege-o, por remorso, por instinto maternal, ou por outra virtude que o leitor interprete da história, quando vir o filme.
Apesar destas contradições, a história tem ação bem desempenhada, daquelas em que muitos vilões, com muitas armas disparam sem ferir ninguém e Mary com tiros certeiros de pistola mata todos, sofrendo apenas ligeiros arranhões. Bons automóveis que depois de esburacados como um passador continuam em movimento como que saídos do stand, e cenas de pancadaria e de tortura capazes de eliminar os mais fortes mas que ali servem apenas para os neutralizar temporariamente.
Todavia, a história contém ainda outros twists que embora não sendo imprevisíveis através do desenrolar dos acontecimentos, vão tentando dar corpo e esta ficção improvável e de alguma maneira divertindo o espetador, que pode tomar para si outros pontos de vista da essência da história, diferente do que eu lhe descrevo nestas linhas, estando aí o seu mérito, embora reduzido á expressão mais simples da eterna luta entre o bem e o mal. Diverte, tem muita ação e permitirá ao espetador optar pela justificação que mais lhe agradar.

Classificação: 4 numa escala de 10

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