22 de dezembro de 2017

Opinião – “O Grande Showman” de Michael Gracey

Sinopse

“O Grande Showman” é um musical ousado que celebra o nascimento do show business e a sensação maravilhosa que sentimos quando os sonhos ganham vida. Inspirado pela ambição e imaginação de P. T. Barnum, “O Grande Showman” conta a história de um visionário que surgiu do nada para criar um espetáculo fascinante que se tornou uma sensação mundial. “O Grande Showman” foi realizado pelo estreante Michael Gracey, com músicas dos vencedores de um Óscar, Benj Pasek e Justin Paul no filme “La La Land”. Protagonizado por Hugh Jackman e acompanhado pela candidata ao Óscar; Michelle Williams e também por; Zendaya, Zac Efron e Rebecca Ferguson.

Opinião por Artur Neves

O género musical em cinema ocupou desde o seu início uma categoria particular, tendo servido para divulgar arte e espetáculo maioritariamente só acessíveis em teatros e casas de representação. Nesta evocação de Phineas Taylor Barnum nascido em 5 de julho de 1810 nos Estados Unidos e apontado como talvez o primeiro empresário “a sério” do Show Business, só podia ter sido feita através de um filme musical com as características e esplendor de “O Grande Showman” realizado por um homem que tem nesta obra a sua primeira realização.
Tal como em todos os filmes musicais é através das canções que os personagens dos atores exprimem os seus sentimentos e emoções do papel que lhes é atribuído e que no caso, bem defendidos por extraordinárias interpretações acima mencionadas. Através das canções especialmente desenvolvidas para o argumento, exprime-se a dor através de canções ligeiras, ou a alegria através de canções calmas num ambiente exuberante, de circo, no início circo de horrores com a exibição de deformações humanas condenadas na época e de animais estranhos, como era tradição no início do século XIX na Inglaterra da rainha Victória.
Sempre ao sabor da música são mostradas as diferenças sociais impostas por uma sociedade burguesa, recentemente saída do regime esclavagista, que privava os palácios da corte e denegria o povo, inculto, trabalhador indiferenciado, ser humano sem estatuto e até condenado sem culpa formada, que o génio empreendedor de P. T. Barnum aglutina em torno das artes performativas diversificadas, do seu museu inicial que evoluiu posteriormente para a atividade circense, quase como a conhecemos hoje.
O ponto alto da vida de Barnum, bem documentado no filme, centra-se na promoção da tournée pelos USA da cantora Sueca Jenny Lind (Rebecca Ferguson) por quem Barnum se encantou ao ouvi-la cantar pela primeira vez e com ela ganhou milhares de dólares e perdeu a sua casa e também quase a sua família, subjugado ao efeito de uma voz denominada na época pelo “Rouxinol Sueco” mas que significou para ele o primeiro grande revés como empresário artístico.
É pois toda esta ação, declamada em forma de canção, dançada, representada em cenários modestos ou riquíssimos que se conta esta história, de seres humanos, com todas as suas misérias e grandezas da alma humana e que nos transportam durante 105 minutos através da fantasia, do luxo e da habilidade de um espetáculo que ainda hoje permanece com aceitação geral.

Classificação: 7,5 numa escala de 10

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