14 de dezembro de 2017

Opinião – “Feliz dia para Morrer” de Christopher Landon

Sinopse

“Feliz Dia Para Morrer” é um thriller original e engenhoso, produzido pela Blumhouse (“Fragmentado”, “Foge”, “Whiplash - Nos Limites”), onde uma jovem estudante (Jessica Rothe, “La La Land: Melodia de Amor”) revive incessantemente o dia do seu assassinato, com todos os excecionais detalhes e aterrorizante final, até conseguir descobrir a identidade do assassino.

Opinião por Artur Neves

Á maneira de “O Feitiço do Tempo” de 1993, este filme conta-nos uma história de pretenso terror e suspense misturado com comédia, na forma de fim e recomeço sucessivos da mesma ação, com ligeiras transformações, para demonstrar que não se trata somente de repetições, numa história de descoberta do assassino da protagonista que morre e renasce no mesmo dia voltando tudo a acontecer de formas ligeiramente diferentes mas com o mesmo desfecho.
Aliás, o filme “Feitiço do Tempo” chega a ser mesmo citado por um dos personagens, como que a desculpabilizar o realizador pelo plágio de forma utilizado, para contar esta história que se arrasta ao longo de 96 minutos e em que eu me perguntei para quê e porquê, a sua apresentação deste modo absolutamente inverosímil que não acrescenta nada ao interesse do espectador e só o satura nos inevitáveis takes (trechos) de absoluta repetição.
A história em si mesma, reporta-se a um assassínio num colégio secundário que poderia tornar-se num bom caso de ficção policial, pois com todos os ingredientes periféricos construídos, permitir-se-ia a apresentação de uma multiplicidade de suspeitos, com diferentes motivações, como aliás vem de certa maneira a verificar-se embora com a nuance da sistemática repetição/inicialização da história, no mesmo dia e local, que se traduz em termos práticos numa monotonia inultrapassável do argumento.
Christopher Landon é um realizador americano, oriundo da Califórnia, rodado neste género de suspense como atestam alguns filmes anteriores tais como; “Paranoia” de 2007 sobre uma obsessão voyeurista (mixoscopia em Português) e a tetralogia de “Atividade Paranormal” entre 2010 e 2014, sem necessidade de recorrer a este efeito de retorno sistemático ao lugar do início que não acrescenta nada de útil à história que se pretende contar.
Deste modo o filme torna-se chato, enrolado no seu desenvolvimento, embora em certa medida consiga manter-nos a esperança para que a história evolua para padrões “normais” o que definitivamente não acontece e como tal deixa-nos no fim com um sentimento de frustração e de tempo perdido. Ver, só se não houver mais nada para fazer.

Classificação: 4 numa escala de 10

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