Sinopse
Mães à Solta 2 continua com
as nossas três amigas que apesar de sobrecarregadas da trabalho não perdem a
sua loucura e boa disposição. Nas vésperas da organização do maior evento do
ano: o Natal, o feriado mais perfeito de todos para as suas famílias, elas
recebem a visita das suas mães! Estas visitas tornam as suas vidas num caos, mas
as três amigas unem-se para tentar voltar a ter um natal divertido!
Opinião
por Artur Neves
Temos na primeira quinzena
de novembro a nossa primeira história de Natal a chamar a atenção para um
evento que se realizará na última semana de dezembro. Idiossincrasias da
atividade comercial sempre ávida por eventos que levem ao consumo, bem
ilustrado pelas múltiplas sugestões que nos são expressamente apresentadas e
sugeridas sem rodeios, todavia com graça e alguma inteligência o que já nem é
mau.
A história serve-se de três estereótipos
maternos bem conhecidos, a saber; a mãe snob,
a mãe galinha e a mãe displicente, interagindo com as suas respetivas proles,
também elas do sexo feminino e também mães de outros filhos ainda em idade
escolar.
Á boa maneira do cinema
americano, as relações entre todas (cada uma com a sua, claro) são mais ou
menos conflituosas, servindo como introdução para a componente de terapia
psicológica de origem Freudiana como está bem de ver. A abordagem aos conflitos
é moderna, descomplexada e francamente erótica em algumas cenas, o que apesar
do tema natalício de que o argumento se serve, poderá não provocar muitos
sorrisos aos mais conservadores que do Natal têm outra perspetiva.
Mas ainda assim está lá
tudo; a celebração católica do Natal com todos os seus sinais distintivos, o
conflito geracional mãe filha, a supremacia feminina por herança e por direito
de género, numa história em que o elemento masculino é completamente decorativo
seguindo aliás a tendência atual do cinema americano, até em filmes de ação,
veja-se o recente “Agente Especial” (“Atomic
Blond” no original) de David Leitch com todos os ingredientes de uma James
Bond no feminino mas sem um Bond boy.
Não obstante, as três
histórias estão bem engendradas e interligadas pela amizade das filhas que
provocam a interligação das mães e através de gags bem conseguidos, diálogos sem reservas nem falsos pudores e
cenas picantes, provocam sorrisos e emoção pelas verdades que se dizem e pelas razões
distribuídas que são alegadas por todas, cada uma por si com a sua verdade,
como aliás acontece sempre na vida real.
A realização e a autoria do
argumento são feitas a quatro mãos, as mesmas que anteriormente já produziu “A
Ressaca” e suas sequelas, mas desta feita com mais inteligência, graça e um peculiar
espírito natalício que nos diverte, dispõe bem e nos conduz ao âmago do Natal e
á reconciliação que dele esperamos. A ver por pura diversão.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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