6 de novembro de 2017

Opinião – “Mães à Solta 2” de Jon lucas e Scott Moore

Sinopse

Mães à Solta 2 continua com as nossas três amigas que apesar de sobrecarregadas da trabalho não perdem a sua loucura e boa disposição. Nas vésperas da organização do maior evento do ano: o Natal, o feriado mais perfeito de todos para as suas famílias, elas recebem a visita das suas mães! Estas visitas tornam as suas vidas num caos, mas as três amigas unem-se para tentar voltar a ter um natal divertido!

Opinião por Artur Neves

Temos na primeira quinzena de novembro a nossa primeira história de Natal a chamar a atenção para um evento que se realizará na última semana de dezembro. Idiossincrasias da atividade comercial sempre ávida por eventos que levem ao consumo, bem ilustrado pelas múltiplas sugestões que nos são expressamente apresentadas e sugeridas sem rodeios, todavia com graça e alguma inteligência o que já nem é mau.
A história serve-se de três estereótipos maternos bem conhecidos, a saber; a mãe snob, a mãe galinha e a mãe displicente, interagindo com as suas respetivas proles, também elas do sexo feminino e também mães de outros filhos ainda em idade escolar.
Á boa maneira do cinema americano, as relações entre todas (cada uma com a sua, claro) são mais ou menos conflituosas, servindo como introdução para a componente de terapia psicológica de origem Freudiana como está bem de ver. A abordagem aos conflitos é moderna, descomplexada e francamente erótica em algumas cenas, o que apesar do tema natalício de que o argumento se serve, poderá não provocar muitos sorrisos aos mais conservadores que do Natal têm outra perspetiva.
Mas ainda assim está lá tudo; a celebração católica do Natal com todos os seus sinais distintivos, o conflito geracional mãe filha, a supremacia feminina por herança e por direito de género, numa história em que o elemento masculino é completamente decorativo seguindo aliás a tendência atual do cinema americano, até em filmes de ação, veja-se o recente “Agente Especial” (“Atomic Blond” no original) de David Leitch com todos os ingredientes de uma James Bond no feminino mas sem um Bond boy.
Não obstante, as três histórias estão bem engendradas e interligadas pela amizade das filhas que provocam a interligação das mães e através de gags bem conseguidos, diálogos sem reservas nem falsos pudores e cenas picantes, provocam sorrisos e emoção pelas verdades que se dizem e pelas razões distribuídas que são alegadas por todas, cada uma por si com a sua verdade, como aliás acontece sempre na vida real.
A realização e a autoria do argumento são feitas a quatro mãos, as mesmas que anteriormente já produziu “A Ressaca” e suas sequelas, mas desta feita com mais inteligência, graça e um peculiar espírito natalício que nos diverte, dispõe bem e nos conduz ao âmago do Natal e á reconciliação que dele esperamos. A ver por pura diversão.

Classificação: 6 numa escala de 10

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