Sinopse
Depois de inúmeros desastres naturais terem ameaçado o
planeta, os líderes mundiais uniram-se para criar uma rede interligada de
satélites para controlar o clima global e manter a humanidade a salvo. Mas
agora, algo está errado –
o sistema construído para proteger a terra está agora a atacá-la, e é uma
corrida contra o relógio para revelar o verdadeiro problema, antes que uma
tempestade mundial destrua tudo...e toda a gente.
Opinião
por Artur Neves
Este é mais um filme
catástrofe, limitada aos estragos mínimos por um mais um herói abnegado de
histórias que associam o avanço tecnológico e o futuro aos potenciais
malefícios dessa mesma tecnologia que se prepara para nos aniquilar a todos. Só
é pena que façam essa associação de forma tão linear, improvável e previsível,
denunciando claramente o fim esperado que tira toda a “pica” que uma história
destas é destinada a provocar.
Dean Devlim, estreia-se
neste filme como realizador, todavia ele não é propriamente um novato nestas
coisas, considerando que no seu curriculum de produtor tem obras como “Dia da Independência”
de 1996 e 2016 (o primeiro melhor do que o segundo) “Godzila” de 1998 ou “Stargate”
de 1994 mas a abordagem que faz neste filme, da tecnologia de controlo do clima
e do seu efeito perverso no caso de provocação deliberada de mau funcionamento do
sistema, é infantil e mais voltada para o sensacionalismo rasteiro, com a
lágrima no canto do olho, do que uma simulação adulta de um problema relevante
e atual no tempo que vivemos.
Os efeitos especiais de catástrofe
são o prato forte desta história, bem como a estação espacial onde quase toda a
história se desenrola mas o argumento que a suporta e a ação que que nos
mostram não têm espessura, nem drama real, nem causam a emoção pretendida com
tanta parafernália por manifesta falta de autenticidade.
Gerard Butler representa o herói
abnegado, empenhado até ao sacrifício da própria vida para salvar o planeta mas
de uma maneira que ninguém acredita porque todo o desenvolvimento da ação não
conduz a esse sacrifício, não está no espírito, não faz parte dos “genes” da
trama de bastidores que envolve o presidente e o vice-presidente dos USA como
causadores do desastre de que eles próprios seriam também vítimas. Apesar da urgência
do assunto abordado, há sempre oportunidade para a novela fácil, para a
lamecha, para o brique-a-braque dos sentimentos comezinhos que induzem a pena
ou a compaixão por uma fantasia.
No final, a salvação de tudo
e de todos, como aliás já era esperado desde o princípio, é conseguida de uma
maneira surpreendentemente pífia que a única coisa que se salva são mesmo os
efeitos especiais, mas mesmo esses, têm aspetos intragáveis. Ver só se não
houver mais nada de interessante para fazer.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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