28 de setembro de 2017

Opinião – “Ladrões com muito Estilo” de Zack Braff


Sinopse

Joe (Michael Caine), Ai (Alan Arkin) e Willie (Morgan Freeman) são tres idosos reformados, amigos de longa data, que pela primeira vez na vida, vão quebrara a monotonia, quando um banco toma a decisão de não lhes pagar o dinheiro das suas pensões.
Desesperados para pagar as contas, os três arriscam tudo, embarcando numa ousada tentativa para assaltar o banco que ficou com o dinheiro deles.

Opinião por Artur Neves

Zack Braff realizador americano nascido em 1975, cuja obra mais significativa do seu curriculum é “Oz: O Grande e Poderoso” de 2013, traz-nos aqui um remake do filme “A Quadrilha do Reumático” de Martin Breste em 1979, que tal como a presente versão dá emprego a glórias do passado em fim de carreira, mas sem nos trazer qualquer coisa de realmente inovador e apelativo para justificar o voltar a este tema de uma maneira que classificarei como displicente.
E digo displicente porque toda a história entra numa toada de “dolce fare niente” muito embora a empresa em que se lançaram, pelos motivos apresentados, justificaria um maior desempenho de todos os personagens intervenientes, já porque mais não fosse, são eles que decidem assim como compensação justa para os proventos que lhes foram subtraídos numa altura da vida em que se torna difícil a obtenção de novos valores para assegurarem o seu sustento.
Se não sabem usar armas deveriam aprender, se não conseguem arquitetar um plano credível para atingir o seu objetivo deveriam consegui-lo, se querem manifestar o seu desagrado ao banco que tão mal os tratou, deveriam manifesta-lo com maior empenho e mais veemência porque deste modo já o filme anterior nos tinha apresentado uma “Quadrilha do Reumático” tão inepta e vazia quanto esta, que não deveria ter sido preciso mostrá-la duas vezes. Poderá dizer-se que é para mostrar aos mais novos um passado que eles não conheciam mas isso não colhe, porque no meu entender o remake de uma história deve conter elementos inovadores e diferenciadores da história inicial embora sem se afastar do núcleo original, cumprindo até os marcadores fundamentais do seu enredo. Ou seja, deverá ser a mesma história contada de outra maneira contendo outros elementos. Tome-se para exemplo do que quero dizer a saga; “Ocean’s Eleven”, “Ocean’s Twelve”, “Ocean’s Thirteen”.
O que temos aqui é um grupo de homens gastos pela vida, com pouca saúde, pouca mobilidade, e nem sequer vontade para fazer o que quer que seja para alterar uma situação que na realidade é a todos os níveis injusta. São arrastados pela ideia vanguardista de um deles mas sem vontade, capacidade ou glória, que o argumento lhes tira, tratando-os como uns velhos meninos que se lembram de fazer umas macacadas apenas porque sim.
O filme não tem chama, decorre lento e plácido como a pretensa idade atribuída aos personagens que vão pregando umas mentirinhas a um polícia que os topa, sem todavia alcançar os objetivos que eles tinham em mente. No fim voltam todos para casa sossegadinhos continuando nas suas vidinhas. Uma perda de tempo, embora com alguns gags divertidos.

Classificação: 5 numa escala de 10

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