Sinopse
Trinta anos após os eventos
do primeiro filme, K, um novo blade
runner, oficial da LAPD (Ryam Gosling), desvenda um segredo há muito
enterrado que pode potencialmente mergulhar no caos o que resta da sociedade.
A descoberta de K leva-o
numa missão para localizar Rick Deckard (Harrison Ford), um antigo blade runner da LAPD, desaparecido há 30
anos.
Opinião
por Artur Neves
Esta história segue todos os
parâmetros estabelecidos no primeiro filme, atualizando-os á data em que os
atuais eventos se desenrolam. K cumpre a sua função de polícia na perseguição
aos replicantes que se revoltam contra a ordem estabelecida e pretendem viver
por sua conta e risco a simulação de vida que conseguem construir.
Sem emoções e programados
para cumprir determinadas funções imprescindíveis aos seres humanos que os
criaram, estas máquinas biológicas conseguem evoluir para estágios superiores de
existência tendo como objetivo superar os seus criadores, sendo nesta fase que
a intervenção dos blade runners se
torna necessária, só que desta vez um segredo foi sentido e a busca pela verdade
iniciada, por quem não se esperaria obreiro de tal façanha.
Para lá da história que preenche
a ação do filme outras valências se apresentam como justificadoras da sua excelência,
considerando a ordem social que nos é mostrada, os seus códigos e regras, as
suas leis, a sociedade que se formou decorrente de um mundo tecnologicamente evoluído
mas controlado, as necessidades e as compensações que foram criadas para manter
a coabitação entre humanos e não humanos.
Não quero com isto dizer que
a Los Angeles de 2049 tenha aquele aspeto e ambiente ou que a ficção pretende
dar-nos uma imagem do futuro, tal como, a LA do primeiro filme não corresponde
minimamente à LA real dos tempos de hoje, mas serve para nos apresentar propostas
de resposta a perguntas que embora não tendo sido feitas, nos mostram uma perspetiva
social da nossa permanência na terra e da sua utilização desregrada, numa
altura no futuro, em que alguma coisa terá de ser feita para não nos
aniquilarmos todos uns aos outros em busca dos mesmos objetivos.
Repare-se nas ruas, nos
meios de transporte, no modo de vida individual e fundamentalmente nas
compensações emocionais que são oferecidas para preencher o vazio de toda uma existência
solitária e estéril. Fora de LA, a vida é um caos de luta selvagem e primitiva por
bens que não existem, vive-se numa enorme lixeira que a evolução não soube
conter nem regularizar enquanto esteve ao nosso alcance, de tal modo que sair
da metrópole é sinalizado com aviso de perigo em todos os meios de transporte.
Esta vertente do filme é
para mim a mais interessante, porque motivadora de reflexão tanto para a utopia
que encerra, como para as soluções que propõe, mostrando-nos o quanto somos descartáveis
neste universo e o quanto pouco sabemos dos nossos verdadeiros desígnios. Muito
bom, recomendo com entusiasmo.
Classificação: 9 numa escala
de 10
1 comentário:
Para mim, os filmes são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de Blade Runner 2049 imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do ator Harrison Ford, é muito comprometido. Blade Runner 2049 é um filme que vale la pena ver, os recomendo muito.
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