Sinopse
Hiperativa nos seus melhores momentos, Martha (Anan
Kendrick) fica completamente maníaca desde a sua última separação. Ela vai a
festas compulsivamente, cozinha tudo o que tem pela frente - e está determinada
a fazer algo terrível, quando encontra Francis (Sam Rockwell). Para qualquer
um, a abordagem de Francis seria estranha, mas Martha fica intrigada. Eles
parecem ser o par perfeito: ela é doida e ele é doido… mas de um modo
mortífero. Na verdade, ele é um assassino profissional. Um hitman com uma
causa, Francis mata as pessoas que encomendam os seus assassinatos. Quando os
serviços de Francis são solicitados por um cliente duvidoso que está a ser
perseguido por um agente do FBI igualmente duvidoso (Tim Roth), e à medida que
os cadáveres se vão amontoando, Martha tem de decidir se vai fugir ou juntar-se
à carnificina.
Opinião por
Artur Neves
Receita para um filme marado
Ingredientes:
Uma jovem frustrada
por várias relações fracassadas e desiludida com a vida, com os outros e com
ela própria.
Um assassino
profissional com um rebate de consciência, ou uma tentativa autónoma de
redenção que o faz matar os seus clientes, em vez dos alvos encomendados por estes.
Um segundo
assassino profissional, anteriormente colega do primeiro mas que rompeu com a
ligação desde que o seu sócio se apresentou com aquele comportamento insólito. Tem
uma particular capacidade de disfarce e de se fazer passar por quem não é.
Um clã de
traficantes de droga e assassinos que pretende combater um grupo rival, mas
cujo irmão mais novo pretende eliminá-lo para tomar o poder do gang.
Essência de
morte frequente e gratuita
Essência de
impunidade geral
Essência de tiroteios sem consequências, pois apesar
dos múltiplos e longos tiroteios, e do sofisticado arsenal bélico apresentado,
quem interessa salvar para continuar a história salva-se sempre sem um
arranhão.
Preparação:
Apresenta-se
o primeiro assassino profissional para lhe denunciar o trauma e criar ambiente,
bem como a moça desvairada com o seu destino, que não sabe mais o que fazer
para ser feliz no amor que procura incessantemente.
Promove-se
um encontro estranho entre os dois, sem que ele lhe revele a sua verdadeira
actividade profissional e onde se desenvolva uma química entre ambos, que mesmo
que os posteriores encontros sejam “polvilhados” de emboscadas, lutas, perseguições
e mortes o romance floresce, afirma-se e a rapariga sente ter encontrado o “príncipe
encantado” que procurava.
Cria-se
então um caso complicado da guerra entre os gangs
rivais, mantendo sempre a ameaça latente do antigo colega de profissão que
apesar de chegar perto não é capaz de o molestar. Juntam-se, fugas,
perseguições, muitos tiroteios e finalmente a captura da “bela” que surpreendentemente
também apresenta propensão para a luta e para a morte gratuita, ao ponto de ser
ela que, in extremis, salva o seu
amado justificando-se a elevada compatibilidade entre ambos.
Deve servir-se frio, porque apesar de ter muito
movimento não dá para aquecer.
Conclusão:
É pois, isto que Paco Cabezas, realizador espanhol
nascido em 1976 em Sevilha, nos apresenta nesta obra escrita em parceria com Max
Landis, misturando acção, com romance de cordel, com mistério e com filme negro
de gangs e luta pelo poder. O resultado
só pode ser confrangedor porque não se encontra um pormenor de seriedade na
maioria das sequências, em cujo desenrolar suportam-se sempre de situações
forçadas e improváveis, de bandidos de pacotilha, de lutadores de aparência, tornando
o argumento deficitário de interesse. A forma da minha escrita tenta traduzir a
“salada” de este filme se compõe que dá a ideia de uma construção baseada no estereótipo
do filme de acção, adicionando muita “porradinha” e romance de cordel que na
opinião do autor, deve ser essencial para a promoção da venda do produto.
Classificação: 4 numa escala de 10
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