16 de dezembro de 2015

Opinião - A Vidente de Sevenwaters de Juliet Marillier


Sinopse
Sibeal sempre soube que estava destinada a uma vida espiritual e entregou-se de corpo e alma à sua vocação. Antes de cumprir os últimos votos para se tornar uma druidesa, Ciarán, o seu mestre, envia-a numa viagem de recreio à ilha de Inis Eala, para passar o Verão com as irmãs, Muirrin e Clodagh.
Sibeal ainda mal chegou a Inis Eala, quando uma insólita tempestade rebenta no mar, afundando um barco nórdico mesmo diante dos seus olhos. Apesar dos esforços, apenas dois sobreviventes são recolhidos da água. O dom da Visão conduz Sibeal ao terceiro náufrago, um homem a quem dá o nome de Ardal e cuja vida se sustém por um fio. Enquanto Ardal trava a sua dura batalha com a morte, um laço capaz de desafiar todas as convenções forma-se entre Sibeal e o jovem desconhecido.
A comunidade da ilha suspeita que algo de errado se passa com os três náufragos. A bela Svala é muda e perturbada. O vigoroso guerreiro Knut parece ter vergonha da sua enlutada mulher.
E Ardal tem um segredo de que não consegue lembrar-se - ou prefere não contar. Quando a incrível verdade vem à superfície, Sibeal vê-se envolvida numa perigosa demanda.
O desafio será uma viagem às profundezas do saber druídico, mas, também, aos abismos insondáveis do crescimento e da paixão. No fim, Sibeal terá de escolher - e essa escolha mudará a sua vida para sempre.

Opinião por Alexandra Mota
Confesso que não sou uma fanática de literatura fantástica, mas sempre tive um fascínio pelas histórias e lendas da antiga Irlanda e dos povos celtas.
No inicio da acção, temos logo a abrir um resgate de um naufrágio que a todos parece pouco normal, de características estranhas e que ninguém consegue explicar. No rescaldo restam apenas 2 sobreviventes, Knut um guerreiro e Svala a sua mulher muda e de comportamento estranho.
Juliet Marillier conta-nos uma história fantástica que envolve monstros, naufrágios, presságios, viagens de descoberta e aventura, ao mesmo tempo que nos mostra aquilo de que a Natureza humana é capaz de fazer quando confrontada com situações menos normais.
Sibeal, a personagem que encontramos logo no inicio a observar o resgate dos náufragos é uma aspirante a druidesa habituada a uma vida de meditação e sacrifícios que vê o seu mundo abalado a partir do momento em que encontra Ardal quase morto nas imediações da aldeia.
A partir daí os seus sentimentos claros e certos de druidesa começam a ser interrompidos por pensamentos e sentimentos que pensa serem errados tendo em conta a sua vocação e a sua missão de vida. À medida que Ardal vai recuperando também ele se vai sentindo envolvido por Sibeal.
A sua mente debate-se entre o dever que a chama desde menina e este novo sentimento que agora a deslumbra mas também apavora.
À medida que a história se desenrola e Ardal recupera totalmente a sua memória, os dois vêm-se confrontados com uma viagem eminente que pretende salvar parte da tripulação inicial do navio que ficou abandonada numa ilha após um outro naufrágio.
A história de Knut também é desmascarada quando Ardal recupera a memória: afinal Slava não iniciou a viagem com eles, apareceu com Knut na Ilha da Serpente quando este apareceu no navio a fugir da ameaça eminente da serpente marinha que provocou o naufrágio que os levou àquela ilha inóspita e desolada.
É no seguimento desta fuga apressada, deixando parte da tripulação naquela ilha inóspita no meio do mar que Paul, o irmão de Félix (Ardal) se vê amarrado de pés e mãos no chão do convés ao pretender regressar para trás de modo a ir salvar o resto da tripulação. Mais tarde o navio é apanhado pela tempestade que o faz naufragar junto a Inis Eala, tendo Paul sido uma das vitimas.
Félix sentindo-se culpado pelo que aconteceu, depois de relatar a história a toda a aldeia e como o apoio de Johnny o chefe da aldeia pretende levar a cabo uma missão para tentar resgatar os membros da tripulação abandonados na Ilha da Serpente.
Assim a aldeia faz sua a missão de Félix de recuperar o resto da tripulação.
Slava que desde o inicio demonstra comportamentos estranhos junto de Knut e a quem Sibeal tenta perceber também é parte importante desta história pois afinal não é uma mulher que perdeu um filho num naufrágio, mas sim uma possível prisioneira de Knut. Sibeal, graças ao dom da visão consegue perceber exactamente isso – Slava tem medo de Knut e pretende retornar à sua casa.
Uma missão perigosa, cheia de incertezas não faz recuar os membros da expedição de resgate que se fazem ao mar com Sibeal, Félix, Knut e Svala a bordo.
A força, determinação e coragem de cada um dos membros da expedição e do todo ajudados pelo dom da visão de Sibeal levam-nos à Ilha da Serpente onde a história teve inicio e também onde se vai antever o que nos espera no final.
Uma história de lendas e visões, de dúvidas entre o que sempre tomámos como certo e o que nos aparece agora como certo, a verdade e a mentira, que nos envolve e nos leva no tempo até á Antiga Irlanda, país de mitos e lendas maravilhosas. Uma história que nos conta o nascer e florescer de um amor a que Sibeal julgava não estar destinada, e também à resolução das suas dúvidas entre o que escolher: o seu destino como druidesa ou o amor junto de Ardal.
Um livro mágico cheio de mensagens disfarçadas sobre o bem e o mal, a honestidade e sinceridade, a força de vontade e o carácter dos diversos personagens, e como não poderia deixar de ser, sobre o amor.

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