17 de outubro de 2015

Opinião - Um Amor Perdido - Anna McPartlin


Título: Um Amor Perdido
Autora: Anna McPartlin
Editora: Quinta Essência

Sinopse:
A 21 de junho de 2007 Alexandra Kavanagh saiu de casa, falou com a vizinha, meteu-se no comboio, chegou à estação de Dalkey e desapareceu... Tom está destroçado. Não encontra a mulher, o seu mundo desmoronou e o seu único objetivo é localizá-la. Durante dezassete anos, Jane cuidou do filho Kurt, da excêntrica irmã Elle, e da rabugenta mãe Rose. A única pessoa de que não cuida é dela própria. Elle é artista e considerada um génio. Como tal, o seu comportamento um tanto errático é tolerado. Embora a sua vida pareça perfeita, a tristeza de Elle é por vezes profunda. Leslie perdeu toda a família para o cancro. Passou vinte anos à espera de morrer, mas após uma operação radical está determinada a viver de novo. Quatro meses depois do desaparecimento de Alexandra. Tom entra num elevador com Jane, Elle e Leslie para um concerto de Jack Lukeman. Uma hora mais tarde, os quatro desconhecidos saem de lá com as suas vidas entrelaçadas para sempre.
Um Amor Perdido aborda o alcoolismo, a depressão, a negação e a dor e ainda assim irá dar por si a sorrir e até a rir.

Opinião por Vania Neves:
Uma estratégia muito comum das boas obras literárias é haver uma personagem principal que está ausente mas que mexe com a vida de todas as outras.
Esta é uma dessas obras, em que Alexandra está desaparecida e em que as pessoas afectadas pelo seu desaparecimento parecem encontrar-se umas às outras enquanto a procuram a ela. Nesses encontros acabam por serem ajudas mútuas mas também pesos adicionais, enquanto a ausência de vários meses de Alexandra começa a fazer desfiar as histórias dos vários protagonistas.
Quatro pessoas – na sua maioria estranhos no ponto inicial – tornados amigos e que tentarão em conjunto substituir a falta que Alexandra faz na vida de Tom, o marido, mas também as outras ausências que eles começam a reconhecer sofrer. As histórias individuais são mais importantes do que a descoberta do destino de Alexandra, embora a busca nunca cesse.
Pode dizer-se que são duas linhas que correm paralelas, a do que aconteceu a Alexandra e a do que acontecerá a este grupo de amigos nascido em circunstâncias especiais. A resolução da primeira mantem-nos em suspenso enquanto a resolução da segunda tanto nos comove como nos faz rir.
Acaba-se o livro a querer ser mais um dos amigos daquele grupo, cheio de mágoa mas a ganhar nova esperança, porque todas as personagens são credíveis. O melhor é que todos quatro têm o mesmo tempo como protagonistas, com capacidade para se desenvolverem em pleno.
Quem terminar este romance terá descoberto personagens que o vão acompanhar ainda durante bastante tempo.

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