Título: A Amante do Papa
Autora: Jeanne Kalogridis
Editora: Planeta
Sinopse:
Filha do duque de Milão e mulher do conde Girolamo Riario, Catarina Sforza foi a guerreira mais corajosa do Renascimento italiano. Governou os seus territórios, travou as suas lutas e teve sempre os amantes que lhe apeteceu, sem consequências até ter um caso com Rodrigo Bórgia. A sua história notável é contada pela dama de companhia, Dea, uma mulher conhecida por ler as cartas de sorte. Enquanto Dea tenta descobrir a verdade sobre o assassínio do marido, Catarina, sozinha, rechaça os invasores que tentarão roubar-lhe o título e as terras.
No entanto, Dea lê as cartas e estas revelam que Catarina não pode fazer frente a um terceiro e último invasor: César Bórgia, filho do corrupto papa Alexandre VI, que tem umas velhas contas a ajustar com Catarina. Encurralada na fortaleza de Ravaldino enquanto os canhões de Bórgia atingem as muralhas, Dea passa em revista o passado escandaloso e os combates de Catarina para compreender o destino de ambas, e Catarina tenta corajosamente aniquilar o exército inexpugnável de Bórgia.
Opinião por Vania Neves:
A Amante do Papa é um livro interessante mas que acrescenta elementos fantasiosos à História que esta não precisava para dar lugar a um excelente romance.
Assim trata-se apenas de um livro interessante, capaz na descrição dos ambientes, mas que deixa o leitor com sentimentos contraditórios.
Criando para Catarina Sforza uma dama de companhia que, graças a capacidade divinatórias, influencia fortemente as decisões políticas dela, a autora acaba por diminuir um pouco o impacto da personalidade de Catarina.
Sem dúvida que Catarina Sforza é uma das personagens mais focadas pelo livro e que a difícil moral da Renascença Italiana em que ela se movia enfrentando o clã Bórgia.
Daí que acabe por ser o interesse nessa mulher que vai superando o desconforto com a dependência que ela mostra do Tarot da sua dama de companhia.
Jeanne Kalogridis descreve com grande detalhe a Época do romance, tornando todos os cenários credíveis, mas nem isso consegue tornar mais aceitável as invenções ficcionais em torno da Condessa de Forli.
O que se espera de um romance histórico é uma visão que tente aprofundar as motivações de uma figura histórica e não algo que quase parece dotar o mundo antigo de magia.
Além da leitura de cartas há projecções astrais e a materialização de anjos, embora não garanta que estes conceitos estejam correctos pois ao fim de algumas páginas o exagero das descrições desses rituais acabaram por me fazer perder a concentração.
Na disputa entre o trabalho quase brilhante em torno da Renascença e dos seus meandros e essa invenção de elementos esotéricos, ganha a primeira por uma margem pequena mas mesmo assim suficiente para que o livro mereça uma recomendação.
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