13 de outubro de 2015

Opinião - Filme - "71 Esquecido em Belfast" de Yann Demange

Sinopse: 
Belfast, 1971. Gary Hook (Jack O' Connell), um jovem soldado britânico, é acidentalmente abandonado pela sua unidade de sequência de intervenção ao um motim nas ruas de Belfast. Incapaz de destingir amigo de inimigo e cada vez mais prudente face aos seus próprios camaradas, o inexperiente recruta é obrigado a sobreviver sozinho durante a noite, e encontrar o seu caminho de regresso à segurança através de um ambiente totalmente hostil e mortal.

Opinião por Maria Ana Jordão:

Saber quem é o herói e quem é o vilão vai ser um enigma, ainda que haja traços de bondade constantes entre os militares, principalmente se estivermos a falar da personagem principal Hook (Jack O’Connell).  Apesar de resolvida, a dura realidade retratada por Yann Demange, perdura até hoje, '71 esquecido em Belfast olha o conflito que afectou a Irlanda do Norte através de uma perspectiva humanista.

Um argumento, com orientação social, um guião que surpreende pelo lado humano, e diálogos emotivos, parece ser a combinação perfeita. No entanto, realizador enfraqueceu o guião ao dar pouco destaque às referências históricas, tornando-as inexistentes no decorrer do filme. 

Estamos na década de 70, auge do conflito entre Católicos e Protestantes em Belfast, local onde a saga de um soldado esquecido acidentalmente pela sua unidade ganha ênfase. Começa a decair o dinamismo e temos de apelar à imaginação para entender como Hook - que fora treinado para matar, não sabe reconhecer o perigo em território desconhecido.

Terá querido, o realizador fazer com que a câmara fosse mais uma personagem pondo o público a interagir? É provável, pois o público é mais perspicaz a detectar o risco que o soldado, esquecido em Belfast, corre.

O soldado luta para sobreviver mas é seguido por jovens radicais, que não conhecem outra forma de viver senão a de estar entre a vida e a morte. A postura imparcial do realizador, faz-se sentir quando coloca jovens como geradores de conflito, as grandes vítimas deste confronto e um soldado indefeso como centro da história. ’71 esquecido em Belfast foi oportunidade que Demange teve para criticar o terrorismo.

Acabar como começou é, difícil. Um início com grande impacto onde tudo se conjuga, a excelente banda sonora com um forte cenário que cativa mas de repente abranda, o ritmo que fora imparável é agora monótono. No fim ficamos coma  impressão de que podia ter sido melhor, mesmo que tenhamos gostado! Com um fim que deixa a desejar, sabemos que   ’71 esquecido em Belfast não é só mais um filme de acção.

Sem comentários: