23 de fevereiro de 2015

Cinema "Kingsman : The secret Service" - Critica


Nem sempre filmes de espiões resultam. Nem sempre comédias sobre espiões são engraçadas. É difícil casar os dois pontos e ainda ter um filme minimamente interessante para mostrar. Kingsman consegue faze-lo.
Baseado nos livros de comics, "The secret service” de Mark Millar, o filme conta a história de um conjunto de agentes britânicos, pertencentes às classes altas da sociedade inglesa, que usa uma loja como base de operações para efectuar várias missões militares/espionagem de extremo perigo por todo o mundo.
O conceito de kingsman é extremamente ridículo, completamente desnecessário e simplesmente atroz. E funciona perfeitamente. A noção que um conjunto de agentes secretos pertencentes à classe oligarca britânica, mais british que o james bond, mais posh que a Spice Girl, cuja cola baseia-se numa loja de fatos extremamente caros é no mínimo ridícula. Mas o filme sabe disso e raramente se leva a sério.


O filme conta com um elenco muito bom, começando por Samuel L. Jackson que adora fazer o papel de vilão, Colin Firth como espião "extrodinare" muito inglês no seu papel, Michael Caine como chefe máximo da Kingsman e terminando com Taron Egerton como o miúdo novo no bairro dos espiões. Samuel e Firth fazem as delicias sempre que aparecem no écran.
Um apontamento engraçado no filme: logo no seu inicio faz referência à sua fonte de inspiração. No comic terroristas raptam um actor de hollywood famoso de seu nome Mark Hamill, mais conhecido como Luke Skywalker da Guerra das Estrelas. No filme, um professor universitário, protagonizado por Mark Hamill, é raptado. Matthew Vaughn mostra mais do seu estilo over-the-top, comprovado em “Kick-Ass”, mudando um filme que poderia ser claramente algo leve, para algo extremamente pesado. Tudo numa única cena. A cena. E que cena! Um massacre coreografado ao milímetro com planos de camera excelentes. Uma cena de violência gratuita num filme que até então tinha mostrado apenas uma pequena parte do que estava para vir. Uma cena tão violenta que todo o teatro parou. E rejubilou no final.


O agente 007, e a sua ultima encarnação mais séria, não têm nada a temer desta incursão no seu terreno. Embora talvez tenha algo a aprender com os gadgets to filme, desde guarda-chuvas à prova de bala, a chips que fazem cabeças explodir, passando por facas envenenadas escondidas em sapatos. Assim como também com os ajudantes dos super-vilões. Já lá vai o tempo do Mandíbulas nos filmes do 007, mas Kingsman conta com Gazelle, com próteses mortais por pernas mais que uma vez é a responsável da violência física do lado do vilão.


O filme conta a historia de como um rapaz de bairros difíceis, que se está sempre a meter em problemas e é recrutado para uma agência de super-espiões, desde o seu treino até desmascarar um plano maquiavélico para “salvar” o mundo, bem ao estilo dos planos dos super-vilões (isto é dizer, salvar o mundo matando muita gente).
No final, foi um dos filmes que mais me surpreendeu ultimamente. Recomendo vivamente a quem quiser rir e distrair-se durante um par de horas.

por Tiago Costa

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