23 de fevereiro de 2015

Jogo "Dying Light" - Critica


Antes de começar...
Sempre tive um gosto pela temática pós-apocalíptica, seja pelos filmes ou pelos jogos, há algo que me atrai na fantasia de um mundo virado do avesso e onde só os mais fortes e astutos sobrevivem. Chegou sexta-feira 13 e pareceu-me o dia ideal para começar a jogá-lo. Não só o dia parecia ser a data indicada para jogar algo desta temática, como o dia em si começou com neblina e frio numa manhã pouco característica de Lisboa. Chegando à noite a casa, liguei a consola, coloquei os headphones (indicado para tirar o máximo partido do ambiente sonoro) e iniciei o jogo.

Conhecendo Harran


A história começa com Kyle Crane, um agente da GRE (Global Relief Effort) que é largado de avião na cidade em quarentena de Harran, onde rebentou um surto infeccioso tornando pessoas em zombies. Crane tem a missão de entrar em contacto com Kadir Suleiman e recolher informação confidencial, crucial para encontrar uma cura para o surto. Assim que faz a sua descida de pára-quedas e chega ao solo, Crane é emboscado por bandidos, mas rapidamente salvo por estranhos que o dão a conhecer a “Torre”. A “Torre” é a designação dada a um prédio onde sobreviventes juntam esforços para combater o surto e manter a vida humana intacta. Serve também de ponto de partida para Crane aprender todos os movimentos e habilidades que lhe serão úteis no desenrolar do jogo. Quase 2 horas dentro do jogo, e ainda estaremos a aprender a mecânica e movimentos, que se desenrola a um ritmo lento e com uma curva de dificuldade elevada no início. Cada vez que saímos da Torre, somos levados a explorar a cidade de Harran para cumprir missões, na esperança de encontrarmos Kadir. Andando pela cidade, vamos recolhendo objectos encontrados em caixotes de lixo, nas malas de carros, ou simplesmente escondidos nos inimigos que servirão para ser vendidos em troca de armas, ou em certos casos, para combinar objectos e criar novas armas tendo assim mais hipóteses de fazer dano nos inimigos.


Mecânica do jogo


Dying Light é um misto de Mirror’s Edge, com toda a sua acção parkour tomando grande foco no jogo, e uma “continuação" ao famoso Dead Island, lançado pela mesma produtora, Techland. Desde cedo nos deparamos com 3 categorias, sendo elas sobrevivência, agilidade e poder, nas quais Crane irá evoluir e desbloquear novas habilidades ao fazer missões, ajudando sobreviventes espalhados pelo jogo e fugindo ou matando inimigos.


No entanto, quando a noite cai tudo muda. O pânico instala-se e tudo corre a uma velocidade alarmante. A primeira vez que avisam Crane que “a noite está a cair, é melhor voltar para a base ou poderás não sobreviver à noite”, não me preparou para o que aí vinha. Assim que a luz do dia cai, fazendo jus ao nome do jogo (Dying Light), o relógio toca o alarme dando o som das 21h e zombies mais rápidos e poderosos aparecem na noite e fazem de tudo para nos apanhar.

Começo a correr pelas ruas e vielas o mais rápido possível, sem qualquer visibilidade à minha frente, apenas tento saltar e agarrar-me a qualquer coisa, pois se acendo a lanterna para ver o caminho, arrisco-me a alertar ainda mais zombies. Após alguns minutos a fugir tentando chegar de volta à Torre, encontro a entrada e recebo a notícia de que sobrevivi a minha primeira noite lá fora. Isso traduz-se em recompensas nas habilidades que posso desbloquear em Crane, e um sinal de que sair à noite é extremamente perigoso mas também recompensador, já que esses mesmos pontos são ganhos a dobrar.

Side quests


À parte da história principal do jogo, teremos sempre "side quests” nos quais podemos embarcar. Além de serem uma fonte essencial para subir de nível de experiência, trazem sempre grandes recompensas monetárias úteis para mais tarde.

Multiplayer


Como qualquer jogo open world que se preze, Dying Light tem também vários modos competitivos online, úteis para mais umas largas horas de diversão. O modo “Be the Zombie” em Dying Light, deixa-nos experienciar a componente multiplayer pela perspectiva dos zombies, permitindo-nos caçar humanos reais, invadindo-os assim no seu próprio jogo.

Conclusões


Algumas horas depois de jogar Dying Light, ficam algumas notas a ter em conta. A história principal infelizmente não é a mais forte neste tipo de jogos, assim como a fraca caracterização das personagens, muitas vezes desprovidas de emoções. A curva de aprendizagem é inicialmente castigadora (sempre que morremos, o jogo retira-nos pontos ganhos) e bastante lenta de início, tendo para isso que se investir algumas horas até que o jogo nos deixe dar largas à imaginação. Ao mesmo tempo, é essa mesma característica que permite que sempre que conseguimos fazer algo sem ajudas, por nossa conta e mérito, dê a Dying Light um sentido de recompensa mais gratificante que em muitos jogos. Os gráficos mantêm-se no standard que as consolas next-gen nos têm vindo a oferecer, com especial destaque à luz natural da cidade de Harran e ambiente sonoro do jogo. A jogabilidade não traz grandes novidades além do parkour, que permite no entanto ser jogado com movimentos fluídos e sem grandes complicações. Mas atenção, Dying Light é sem dúvida um título divertido e a jogar por fãs de "zombie survivals”, tendo umas boas dezenas de horas pela frente até finalizarem a missão principal e os seus side quests. A velocidade e elemento surpresa entre o ciclo dia e noite tornam o ambiente bastante intenso e emergente, e é sem dúvida um dos aspectos mais positivos do jogo, assim como a capacidade de criar, combinar e alterar armas com as ferramentas disponíveis. Quanto ao futuro do jogo, esperemos que mais DLCs surjam em breve.

Jogo: Dying Light
Disponível para PS4, Xbox One, PC
Género: Survival Horror

por João Alves

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