16 de fevereiro de 2015

Teatro "As obras completas de William Shakespeare em 97 minutos" - Critica

Para uma peça que já corre o pais cerca de 19 anos, admito que nunca tinha visto. Desta vez por convite feito à D’Magia fomos assistir à ultima edição deste espetáculo no muito conceituado Teatro Tivoli BBVA. Apresentando um elenco algo renovado desde a ultima edição, a peça tinha todos os contornes para mais uma noite a rir na Avenida da Liberdade.
Desde já digo que estou arrependido de não ter ido mais cedo. De acordo com a sinopse da peça, Das tragédias às comédias, passando pelas peças históricas e até mesmo pelos sonetos, "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos", revisita as 37 obras de Shakespeare com o público a ser parte integrante da acção. Melhor sinopse não podia ter sido escrita, pois esta peça consegue em 97 minutos apresentar todas as peças do maior dramaturgo que alguma vez viveu neste planeta. Tudo feito com um ritmo mais acelerado que o papa-léguas e com mais humor que as traquitanas inventadas pelo coiote para o apanhar.
Desta vez coube a André Nunes, Tiago Almeida e Telmo Ramalho representarem uma encenação de Juvenal Garcês. A sua actuação, à vontade no palco e interação com o público tem apenas uma palavra que a descreva, excelente.
Começando com uma representação da peça dramática mais conhecida de Shakespeare, Romeu e Julieta, todo o publico é levado a perceber que toda a restante peça será pejada de humor e boa disposição. André Nunes mostra uma Julieta que se torna a fonte de muitos dos risos provocados. Aliás, o actor passa a ser sempre as mulheres das peças para o deleite da audiência. Tiago Almeida é a nova cara no espetáculo e desde já afirmamos que foi uma excelente escolha. Traz a vida um aluado Romeu e muitas outras personagens das peças do dramaturgo inglês. Por fim, Telmo Ramalho a compor a triade de actores, sempre bem quer em narrador, quer em Tito Andrónico.
A peça continua com as suas outras tragédias como Tito Andrónico, Julio César, MacBeth e tentam fugir a Coroliano.
Seguindo-se o espetáculo foi aprestada uma versão em rap de Otelo que deixou toda a casa ao rubro, deixando-nos com os olhos em lágrimas de tanto rir.
Todas as comédias são de seguida compactadas num texto único que deixa em êxtase todos os presentes, assim como a sua cabeça a andar à roda de tanta a informação.
Para finalizar, Hamlet, três vezes Hamlet, uma versão extendida, uma reduzida e uma invertida. Todas deliciosas.
Se não viu esta peça nesta edição infelizmente já não consegue ver, pois acabou no domingo passado. Mas quando voltar em cena tire uma noite e volte ao Tivoli para ver ou rever, com este ou outro elenco, esta excelente peça de teatro.

Ficha Técnica:
Texto: Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson
Encenação: Juvenal Garcês
Tradução: Célia Mendes
Cenário e figurinos: Luciano Cavaco
Interpretação: André Nunes, Tiago Aldeia e Telmo Ramalho

Sem comentários: