17 de março de 2011

Opinião - A Independência de uma Mulher

Título: A Independência de uma Mulher
Autor: Colleen McCullough
Editora: Bertrand

Sinopse:
Toda a gente conhece a história de Elizabeth Bennet, que se casou com Mr. Darcy em Orgulho e Preconceito. Mas o que aconteceu a Mary, a sua irmã?
Todas as irmãs de Mary conquistaram o seu destino: Jane tem um casamento feliz e uma grande família; Lizzie e Mr. Darcy ganharam uma extraordinária reputação social; Lydia conquistou uma reputação bem diferente; e Kitty é requisitada pelos salões mais luxuosos de Londres. Mary, por outro lado, é uma mulher transformada, agora independente de obrigações familiares. Decide escrever um livro onde põe a nu os males do seu país e o drama dos pobres. Mas as suas viagens de pesquisa irão colocar em risco a sua própria vida - e acabarão por lançá-la nos braços do homem que a inspirou.
Da brilhante escritora Colleen McCullough, autora de Pássaros Feridos, um livro de aventuras e romance, em que uma mulher forte e independente deixa a sua marca no mundo.

Opinião por Bruno Oliveira:
A autora teve a ideia original de construir esta história a partir do clássico “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen, usando as mesmas personagens com quinze anos de avanço.

O que terá acontecido a estas cinco irmãs Bennet? Principalmente, a irmã mais nova, Miss Mary Bennet?

Uma leitura que me exigiu bastante concentração ou mastigação visual de palavras para melhor compreensão. Excelente qualidade literária, riqueza de diálogos longos e ponderados, decência e educação rígida do Sec. XVIII. Mas a história em si não me cativou assim tanto, em comparação com os livros “O Toque de Midas” e “Tim” (os meus preferidos da autora Collen McCullough).

Ao princípio, a história começa muito bem, acompanhamos a luta de uma mulher magnífica, a Miss Mary Bennet, para obter a independência pessoal. Naquele tempo, uma mulher solteira sem damas de companhia e a desejar esta independência não era bem vista... Mas a Miss Mary Bennet tinha uma inteligência e uma cultura espantosas que a diferenciava das mulheres em geral. Uma força que até contrariava os homens. Rejeitava casamento. Fiquei fascinado com esta personagem, obviamente, mas depois a meio da história, a Miss Mary Bennet perde o protagonismo, fica quase esquecida... Porque ela foi raptada! Estamos então com a Lizzie Bennet e o seu marido Mr Darcy, com o seu filho mais velho Charlie, com o Angus que esconde uma paixão por Mary, com o misterioso Ned Skinner por quem o Mr. Darcy nutre uma estima muito grande… São tantas personagens que a Miss Mary Bennet fica para trás. Andam todos à procura dela. Haverá crimes. E depois há partes aborrecidas, mesmo paradas, que me fizeram bocejar… E por fim chega-se ao final, bastante rápido como uma queda livre em menos de um segundo, não nos dando tempo para termos uma ligação estreita com os personagens. A Miss Mary já não tinha a mesma força marcante do inicio. Fundiu-se entre os personagens, tornando-se uma mulher igual a outras, embora mantendo a inteligência, a força interior e os mesmos pontos de vista independentes.

Apesar de alguns pontos negativos, é um bom livro! Gostei do desenrolar da história. A influência e o poder político. Os crimes. A busca da Miss Mary Bennet. O rapto desta. As grutas. As seitas religiosas. A surpreendente revelação do Ned Skinner. E por fim, a construção dos orfanatos pelas irmãs.

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