17 de março de 2011

Entrevista a Sérgio Brota


Sobre o escritor:
Sérgio Brota, nasceu em 1977 passando toda a sua infância em Setúbal.
Começou a sua vida profissional pelas telecomunicações, na qual se formou em engenharia em 1998, que, numa tentativa de fuga ao quotidiano, intervala com a sua formação em fotografia e, mais tarde, na escrita.
Marcado particularmente pelo tema das viagens, autor de vários projectos associados a mais de trinta países em quatro continentes e com várias publicações e exposições fotográficas, sempre como freelancer, Solitude - Pequenas Histórias de Grandes Viagens é a sua primeira aventura no mundo literário com os textos que ganharam vida vagueando pela estepe Patagónica ou pelos vulcões da Islândia, cruzando os maiores lagos da Europa ou nas conversas de jantar com tribos nómadas do Médio Oriente ou na Mongólia. As fotografias, tal como as viagens, converteram-se em suas companheiras que, no fundo, misturam uma vontade profunda de correr para lugares improváveis, conhecer novas culturas e experiências de vida com o desejo de trazer momentos irrepetíveis.
Tem uma obra diversificada, essencialmente composta por crónicas de viagens e reportagens, palestras de escrita e exposições fotográficas.

Entrevista:

Começaste a escrever com que idade?
A minha escrita, mais a sério, começou com as viagens há cerca de seis anos. No inicio eram apenas notas soltas, não tinham continuidade. Decidi fazer algumas formações nas àreas em que sentia fazerem-me falta e que muito me ajudaram, nomeadamente a escrita creativa, a compilar todo o trabalho.

Como surgiu este sonho de escrever um livro?
De facto não era um sonho no inicio. Aconteceu muito naturalmente à medida que algumas das crónicas publicadas on-line libertavam a curiosade de quem lia e me foram incentivando a completar, publicando.

Foi fácil te lançares no mundo literário?
Não senti isso como uma facilidade ou dificuldade, tal como disse antes, foi natural. O trabalho quando foi apresentado à editora estava praticamente pronto e o resultado final era muito palpável. Acreditaram no projecto.

Onde vais buscar a tua inspiração?
Nas viagens, claro, nas vivências, nas pessoas, nos locais... no mundo.
Como é o teu processo criativo? Tens algum ritual?
Não, nenhum. Simplesmente preciso de estar concentrado, sentar-me e começar a escrever. Dias mais tarde revejo o que fiz.

Quais são as tuas referências literárias?
Depende dos estados de espírito, mas gosto muito de ler alguns dos clássicos russos, Dostoyevsky, Tolstoi e especialmente Gogol. Saramago pela sua extrema criatividade, Dickens pela grandiosidade, Theroux pela escrita de viagens e sou especial admirador da escrita do Miguel Sousa Tavares.

Qual o teu livro preferido?
Por me ter feito acreditar que a escrita de viagens podia ser uma coisa interessante, refiro sempre o SUL do Miguel Sousa Tavares. Mas há dois livros que são referências para mim, As intermitências da morte, de Saramago e o Almas Mortas, de Gogol.

Qual a tua citação preferida?
Há muita coisa escrita pelo mundo, identificar uma em especial é quase impossivel para mim...
Qual foi o último livro que leste?
As regras de moscovo, de Gabriel Silva

Se estivesses de escolher uma banda sonora para acompanhar a leitura deste livro, qual seria?
Já existe. Quando fiz a apresentação do livro na FNAC pedi a um grande amigo meu, compositor, que fizesse a banda sonora do mundo da Solitude. Completou todo o projecto.

Já alguma vez tiveste alguma peripécia, episódio engraçado ou até algo estranho relacionado com o facto de estares a escrever ou teres escrito um livro?
As histórias engraçadas têm a ver com as viagens, não me recordo de nenhum episódio que tenha a ver com a escrita em si...

Ainda te lembras como foi o primeiro autografo que deste? A quem? Onde? O que significou para ti dar esse autografo?
Foi no lançamento, em Setembro do ano passado, na FNAC. confesso que não me lembro a quem foi primeiro, mas isso não é o mais importante. Todos eles foram especiais, pois foram dedicados a alguém que o desejava, que o sentia importante.

Quais são os teus planos e objectivos para o futuro?
Para já, e porque o livro ainda é recente, continuar a disfrutar desse trabalho e tentar divulga-lo o mais possivel.

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