24 de outubro de 2010

Opinião - O Rapaz de Olhos Azuis


Título: O Rapaz de Olhos Azuis
Autor: Joanne Harris
Editora: Edições Asa

Sinopse:
Ele conhece-a há uma eternidade e, contudo, ela nunca o viu. É como se fosse invisível para a mulher que ama. Mas ele vê-a a ela: o cabelo; a boca; o rosto pequeno e pálido; o casaco vermelho-vivo na neblina matinal, como algo saído de um conto de fadas.
Até agora, ele nunca se apaixonou. Assusta-o um pouco: a intensidade dessa emoção, a maneira como o rosto dela se intromete nos seus pensamentos, a maneira como os seus dedos traçam o nome dela, a maneira como tudo, de algum modo, conspira para que ela nunca lhe saia da cabeça…

Ela não sabe de nada, claro. Tem um ar muito inocente, com o seu casaco vermelho e o seu cesto. Mas por vezes os maus não se vestem de preto e por vezes uma menina perdida na floresta é bem capaz de fazer frente ao lobo mau…

Opinião por Carina Bota:
Se pensa que este livro é só mais um romance, com um toque de mistério não podia estar mais enganado. Quem já leu os outros livros desta autora, tais como Chocolate, 5 Quartos de Laranja entre outros, tem já plana consciência de que os livros da Joanne Harris são completamente diferentes de todos os outros, e este não é uma excepção. A história é-nos narrada através de entradas num webjournal (não estivéssemos nós na Era das Redes Sociais) feitas por Blueeyedboy e Albertine, personagens que se cruzam no grupo “badboysrocks” e que demonstram desde o inicio ter um passado em comum. Passado este, que Albertine pretende esquecer, enquanto Blueeyedboy quer reavivar, de modo a obter o que pretende. Nesta espécie de diário somos confrontados com os factos (ou será ficção?) que marcou e mudou para sempre a vida destas duas personagens. Quem é quem? O que é verdade e o que é liberdade artística? Quem é a vítima e quem é o assassino e conspirador? Nada é o que parece, e não só para quem se esconde atrás de um teclado. Num enredo que nos prende do inicio ao fim, Joanne Harris mostra-nos uma dinâmica pouco comum no seio de uma família, que por sua vez desencadeia toda esta série de acontecimentos. Como não podia deixar de ser,a autora enriquece esta complexa história com uma descrição quase mágica e por vezes até doentia das cores, onde o Azul é a cor predominante e também a cor do crime. Este é uma leitura que recomendo vivamente, mas que deve ser feita com alguma paciência. Porém vale mesmo a pena, pois ficará a ver o Mundo com outras cores!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ando a ler o livro. Confesso que de início tive que ler duas três vezes a mesma parte para entender, mas agora ando totalmente perdida na leitura: noite e dia não consigo parar de pensar no que o rapaz vai escrever a seguir.

Recomendo a leitura deste livro, igualmente.