Sinopse
Argentina, 1980. O banqueiro
suíço Yvan de Wiel chega de Genebra com a mulher, Ines, após o desaparecimento
súbito e sem deixar rasto do seu sócio. Thriller político sobre as relações
perigosas da banca internacional com a ditadura militar argentina, Azor (que na
gíria bancária quer dizer “tem cuidado com o que dizes”) é um filme em
permanente suspense sobre os anos de chumbo daquele país. Num clima sufocante
(a fazer-nos lembrar o cinema de Lucrecia Martel), onde se desconfia de cada
gesto e de cada sorriso, onde a traição e a denúncia espreitam atrás de cada
porta, ao virar de cada esquina.
Opinião
por Artur Neves
Andreas Fontana é um diretor
suíço que tem neste filme o seu longa metragem de estreia apos uma séria para
TV, uma curta metragem e outras participações de menor importância que não
definem a qualidade de um realizador. Não satisfeito com o argumento ele
participa também na sua escritura com Mariano Llinas de forma a conferir à
história este particular linguístico de o representante de um banco privado ir
a Argentina em 1980 (um período complicado para a América Latina) de oferecer
os seus préstimos financeiros numa particular altura em que o seu único sócio
desapareceu.
Azor, que dizer na gíria dos
contratos financeiros “não digas mais nada sobre o negócio” pelo que a parte
irritante deste filme se resume a contatos sobre novos contatos em que nada
acontece. Isto é, ele viaja na Argentina, comparece em festas em conjunto com
sua mulher, estabelece relações e tudo o que sabemos é somente as palavras
iniciais, eventuais censura ou recomendações sobre o seu desaparecimento do seu
sócio a que ele não sabe responder.
Todos os locais que nos
apresentam é sempre a que ele comparece coma sua mulher, é irritantemente
sofisticado e subtil, as em que todos os contatos o que sobressai para nós é o
desidratado meio ambiente da alta finança cujo objetivo respeita a coisas que
não devem ser comentadas nem tão pouco desenvolvidas mesmo nos seus pormenores
mais ligeiros e devem obedecer ao “Azor” fundamental de um investidor que a
partir de certos princípios deve corresponder em “Fique em Silencio”.
Muito provavelmente só o estigma
de um realizador suíço é que chamou a atenção para isto e para fazer com ele um
filme de estreia da sua atividade. Yvan de Wiel (Fabrizio Rongione) é o
banqueiro de alta finança que levou cabo aquela viagem para acalmar os seus
clientes mais abastados e secretos, na companhia de sua elegante e solidária esposa
Inés de Wiel (Stéphanie Cléau), para sinalizar que todos os investimentos correm
como previsto considerando que o ambiente geral do país não é crucial à fruição
do negócio, mas que apesar disso fora dali tudo corre como previsto e
expectável naquele nível e negócio.
Yvan desconhece como aconteceu
o desaparecimento do seu sócio Réné que mantinha um apartamento na cidade e que
ele procura visitá-lo, até porque a versão que corre do facto de ele ter “virado
nativo” e viajado para o interior a selva, soa-lhe estranho e completamente
impróprio do socio que ele conheceu. Ao conseguir a chave do apartamento ele
procura o seu interior algo que o instrua, que lhe ajude a compreender o facto.
Na sua secretária de trabalho ele encontra um papel manhoso que o levou a
pensar que talvez ele tenha deixado de cumprir o código “Azor”. Havia um nome
que ele nunca tinha visto, “Lazaro”, e ele começou a pensar que “Lazaro” seria
uma personagem criada por ele e que ele partilhou a outros depositantes ou
seria apena uma criação de “Lazaro” feita pelo seu próprio socio?...
É isto que depreendemos do
filme, conversa circunstanciais ou apena questões que se podem assumir como
dúvidas de uma situação em que nada se conhece, nada de concreto existe, nada
se pode concluir porque no fim da história as suas questões são sempre as
mesmas que a sua expectativa levou a ver este filme. Olhando para o argumento
que nos apresentaram é um vazio de ideias que se mantém até ao fim como no
início e que só pode ter atraído um realizador suíço, que fazer de um tema inédito,
só pode continua e ecoar estranhamente no interior da minha cabeça, por a falta
de sentido ser em si mesma um sentido.
Tem estreia prevista em sala
dia 21 de Abril
Classificação: 4 numa escala
de 10
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