3 de fevereiro de 2022

Opinião – “Moonfall” de Roland Emmerich

Sinopse

Em Moonfall, por motivos desconhecidos, a Lua sai de sua órbita e passa a se deslocar em direção à Terra, podendo causar uma colisão em breve. A ex-astrounauta da NASA, Jo Fowler (Halle Berry), acha que pode resolver essa situação e impedir que o impacto aconteça, mas apenas um de seus colegas (Patrick Wilson) acredita nela. Em situação de emergência, um grupo de cientistas não especializados no assunto aceita a missão de ir até a Lua e impedir a colisão antes que a vida humana seja extinta. Mas ao chegarem lá, eles percebem que a Lua não é exatamente a pedra gigante orbitando a Terra que acharam que era. Com o mundo à beira da aniquilação, Jo Fowler precisará unir forças a um homem de seu passado e um teórico da conspiração para uma missão impossível no espaço, e salvar a humanidade.

Opinião por Artur Neves

Este realizador está-se esforçando por fazer o pior filme do mundo e com esta recente obra “Moonfall”, parece-me que está bem perto disso. Roland Emmerich é o realizador de “Independence Day” tanto a versão de 1996 como a de 2016, bem como a destruição da humanidade profetizada para “2012”, feita em 2009, gerindo uma sequência de filmes catástrofe e com isso pondo-se a jeito para encabeçar produções semelhantes que combinam o desastre e a eliminação total da espécie humana, entremeada com melodrama fácil do filho pequeno sem pai que perde a mãe ficando na desgraça, até que o pai aparece e compõe as coisas com aquela ou com outra mãe, porque o que é necessário são beijinhos e abracinhos no momento certo, o mais próximo do desastre completo…em que “Moonfall” é o exemplo acabado da xaropada de ficção científica, recheada de efeitos especiais espalhados a esmo no meio de um argumento recheado de rodriguinhos emocionais a forçarem a lágrima ao canto do olho.

A história de “Moonfall” começa em 2011 quando Brian Harper (Patrick Wilson) está a reparar um satélite no espaço e é subitamente literalmente envolvido por um enxame de objetos que ele não sabe identificar. O seu colega de trabalho morre, ele volta para a nave mãe onde Jo Fowler (Halle Berry) a chefe da missão está inanimada e desconhece totalmente o que aconteceu. Ele consegue trazer a nave para a terra mas ninguém acredita no seu relato, Jo não pode confirmar, e Brian é despedido e acusado pela morte do seu colega. São desgraças demais para um homem só e isso faz falhar o casamento, perder a casa e abandonar o filho que ele só vem a encontrar vários anos depois através de uma perseguição rodoviária quando este é apanhado por posse de droga. Nada melhora é tudo sempre a piorar.

Nos USA há gente para tudo, até para ser cientista nas horas de descanso do trabalho no fast food e é assim que KC Houseman (John Bradley) observa que a lua está a sair da sua órbita e apesar de introduzir um “Dr” antes do nome ninguém o quer ouvir na NASA a quem ele recorre para participar a sua descoberta. É mais uma frustração para acumular com uma vida não reconhecida e para potenciar o consumo de calorias e hidratos de carbono. Nesta altura Jo já ocupa um cargo de responsabilidade na NASA e ao ler os relatórios da sua equipa de observação sobre o desvio da orbita lunar, lembra-se do que o Dr KC lhe disse, chama Brian que já está de volta ao trabalho que perdeu em 2011 e ficam assim criadas as condições para aquela improvável equipa ter o ensejo de salvar a terra da destruição total.

A continuação do argumento não melhora a partir daqui, pelo contrário, são múltiplas e muito criativas as razões evocadas para o desvio da órbita lunar. Claro que quanto mais criativas são, mais ousados e complexos são os efeitos que nos querem fazer crer das razões de tamanho desastre, mas também mais absurdos, mais superficiais, volúveis e inconsistentes são as respostas que nos mostram, fundamentadas na mais confiável ciência aparecida através do estalar dos dedos e dos “cálculos” de cabeça feitos á pressa e em plena ação de voo para justificar o próximo passo mais abstruso que o anterior.

Depois caro leitor, a curiosa observação que registei é que nem a imagem em IMAX nem o som em Dolby Atmos salvam a “onça” da história, que de desastre em desastre se torna confrangedor ver o próximo desastre com tanto realismo e tanto som em múltiplas direções por toda a sala. É uma distração de grande orçamento mas completamente falhada de ideias, de aventura, para experimentar ver o se seria se assim fosse. Estão lá todas as razões para justificarem a ação espetacular e os “rodriguinhos” nos personagens, mas conjugados num absurdo total, absurdamente absurdo… É uma pena!...

Tem estreia prevista em sala dia 03 de Fevereiro

Classificação: 3 numa escala de 10

 

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