Sinopse
Em Moonfall, por motivos desconhecidos,
a Lua sai de sua órbita e passa a se deslocar em direção à Terra, podendo
causar uma colisão em breve. A ex-astrounauta da NASA, Jo Fowler (Halle Berry),
acha que pode resolver essa situação e impedir que o impacto aconteça, mas
apenas um de seus colegas (Patrick Wilson) acredita nela. Em situação de
emergência, um grupo de cientistas não especializados no assunto aceita a
missão de ir até a Lua e impedir a colisão antes que a vida humana seja
extinta. Mas ao chegarem lá, eles percebem que a Lua não é exatamente a pedra
gigante orbitando a Terra que acharam que era. Com o mundo à beira da
aniquilação, Jo Fowler precisará unir forças a um homem de seu passado e um
teórico da conspiração para uma missão impossível no espaço, e salvar a
humanidade.
Opinião
por Artur Neves
Este realizador está-se
esforçando por fazer o pior filme do mundo e com esta recente obra “Moonfall”,
parece-me que está bem perto disso. Roland Emmerich é o realizador de
“Independence Day” tanto a versão de 1996 como a de 2016, bem como a destruição
da humanidade profetizada para “2012”, feita em 2009, gerindo uma sequência de
filmes catástrofe e com isso pondo-se a jeito para encabeçar produções
semelhantes que combinam o desastre e a eliminação total da espécie humana, entremeada
com melodrama fácil do filho pequeno sem pai que perde a mãe ficando na
desgraça, até que o pai aparece e compõe as coisas com aquela ou com outra mãe,
porque o que é necessário são beijinhos e abracinhos no momento certo, o mais próximo
do desastre completo…em que “Moonfall” é o exemplo acabado da xaropada de
ficção científica, recheada de efeitos especiais espalhados a esmo no meio de
um argumento recheado de rodriguinhos emocionais a forçarem a lágrima ao canto
do olho.
A história de “Moonfall”
começa em 2011 quando Brian Harper (Patrick Wilson) está a reparar um satélite
no espaço e é subitamente literalmente envolvido por um enxame de objetos que
ele não sabe identificar. O seu colega de trabalho morre, ele volta para a nave
mãe onde Jo Fowler (Halle Berry) a chefe da missão está inanimada e desconhece
totalmente o que aconteceu. Ele consegue trazer a nave para a terra mas ninguém
acredita no seu relato, Jo não pode confirmar, e Brian é despedido e acusado
pela morte do seu colega. São desgraças demais para um homem só e isso faz
falhar o casamento, perder a casa e abandonar o filho que ele só vem a
encontrar vários anos depois através de uma perseguição rodoviária quando este
é apanhado por posse de droga. Nada melhora é tudo sempre a piorar.
Nos USA há gente para tudo,
até para ser cientista nas horas de descanso do trabalho no fast food e é assim que KC Houseman (John
Bradley) observa que a lua está a sair da sua órbita e apesar de introduzir um
“Dr” antes do nome ninguém o quer ouvir na NASA a quem ele recorre para
participar a sua descoberta. É mais uma frustração para acumular com uma vida
não reconhecida e para potenciar o consumo de calorias e hidratos de carbono.
Nesta altura Jo já ocupa um cargo de responsabilidade na NASA e ao ler os
relatórios da sua equipa de observação sobre o desvio da orbita lunar,
lembra-se do que o Dr KC lhe disse, chama Brian que já está de volta ao trabalho
que perdeu em 2011 e ficam assim criadas as condições para aquela improvável
equipa ter o ensejo de salvar a terra da destruição total.
A continuação do argumento
não melhora a partir daqui, pelo contrário, são múltiplas e muito criativas as
razões evocadas para o desvio da órbita lunar. Claro que quanto mais criativas
são, mais ousados e complexos são os efeitos que nos querem fazer crer das
razões de tamanho desastre, mas também mais absurdos, mais superficiais,
volúveis e inconsistentes são as respostas que nos mostram, fundamentadas na
mais confiável ciência aparecida através do estalar dos dedos e dos “cálculos”
de cabeça feitos á pressa e em plena ação de voo para justificar o próximo
passo mais abstruso que o anterior.
Depois caro leitor, a curiosa
observação que registei é que nem a imagem em IMAX nem o som em Dolby Atmos
salvam a “onça” da história, que de desastre em desastre se torna confrangedor
ver o próximo desastre com tanto realismo e tanto som em múltiplas direções por
toda a sala. É uma distração de grande orçamento mas completamente falhada de
ideias, de aventura, para experimentar ver o se seria se assim fosse. Estão lá
todas as razões para justificarem a ação espetacular e os “rodriguinhos” nos
personagens, mas conjugados num absurdo total, absurdamente absurdo… É uma
pena!...
Tem estreia prevista em sala
dia 03 de Fevereiro
Classificação: 3 numa escala
de 10
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