Sinopse
Quando uma arma ultra-secreta cai em
mãos erradas, a agente da CIA Mason “Mace” Brown terá de unir forças com a sua
rival Marie, com a antiga aliada do MI6 e especialista em informática Khadijah
e ainda com a hábil psicóloga colombiana Graciela numa intensa e perigosa
missão na qual terão de estar sempre um passo à frente da misteriosa Lin Mi
Sheng...
Opinião
por Artur Neves
Este é mais um filme de ação…
feminista. Não é qua ação esteja reservada para os homens, para os “James Bond”
desta vida, ou até mesmo sem “Bond”, para todos aqueles que alardeiam virtudes
física em lutas sem fim sempre do lado do “bem” e da “verdade”, mas há uns
tempo a esta parte chegou o tempo da mulheres, que apesar de manterem a sedução
a atração sensual sofisticada, mesmo com nodoas negras e vestígios de luta
porque batem em todos que com elas se metem como se não houvesse amanhã, ainda os continuam a convencer. Este é
sem tirar nem por um filme desses e não é que isso seja um mal em si mesmo,
porque com uma boa história, com uma história consistente, com enredo, com
reviravoltas no argumento, com suspeitas e pistas falsas ou não, que não nos
façam pensar como tudo vai ser resolvido logo à partida, poderia ainda assim
constituir um puro entretenimento do olhar.
Lamentavelmente não é o caso
desta história em que o objetivo se resume a uma drive portátil onde está instalado um programa de IA, que quando
ligado a um computador e a uma rede, produz inconfessáveis proezas tecnológicas
como fazer explodir aviões em voo, apagar toda a distribuição de energia a uma
cidade ou até interferir no normal funcionamento da bolsa. Não se pode dizer
que á partida que não se trate de um objetivo poderoso, mas a sua perseguição
para o capturar, uma, outra e outra vez, com as mesmas pessoas inicialmente
inimigas e rivais e depois aliadas, perseguindo sempre o mesmo objeto que até
parece que tem asas, apenas mudando somente o local começando por várias
cidades na Europa, depois Marrocos e finalmente a China que começa a estar na
moda… cansa, satura torna-nos impertinentes e faz-nos pensar o que estamos ali
afazer.
Bom… mas se você não é dos
que desistem e continua a ver vai-se espantar com a relação entre as heroínas carismáticas
que nos apresentam cuja química entre elas é da mais desligada para o funcionamento
de um conjunto como equipa. Elas estão sempre em ação, mas todas dirigem farpas
a todas, os seus diálogos são do mais banal que possa haver em que as mais
banais brincadeiras soam sempre como provocações. Numa das cenas de ação, Mace (Jessica
Chastain) correndo intensamente atras de um inimigo, enverga um vestido
vaporoso de verão com motivos florais estampados, donde, vá-se lá sabe de que algibeira
secreta, ela tira uma pistola de 9 mm equipada com um silenciador no cano para
se defender. Aqui, o que nos apraz perguntar é se o argumentista julga que nós não
sabemos o que é um vestido de verão e o impacto que causaria na personagem se
tivesse costurado no vestido um bolso capaz de transportar um objeto daqueles. E
isto é apenas um pequeno exemplo, mas durante todo o filme fica-nos a sensação que
o realizador Simon Kinberg, que também escreveu o argumento em conjunto com Theresa
Rebeck, pensa que o público é todo tonto e que nunca terá visto um filme de
ação antes, revelando o pouco interesse que tem em criar para as suas
personagens preferidas um thriller
com contornos realistas e verosímeis.
As múltiplas cenas que o
filme exibe servem somente para refrescar os motivos já extintos na cena anterior
e todas acabam sempre em mortes, que por vezes não o são, lutas, combates artísticos
feitos pelo extenso batalhão de duplos que vem referido no genérico final e
pelo menos com esses resta-nos a esperança que tenham sido bem pagos e que
tenham gozado um período de trabalho que a pandemia tem tornado difícil. Não é
uma fatalidade que os filmes de ação sejam apenas isto, é apena uma questão de
talento, gosto e respeito pela integridade do público a quem se dirige.
Tem estreia prevista em sala
dia 27 de Janeiro
Classificação: 4 numa escala
de 10
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