9 de outubro de 2021

Opinião – “Venom: Tempo de Carnificina” de Andy Serkis

Sinopse

Tom Hardy regressa ao grande ecrã no papel do protetor letal Venom, um dos maiores e mais complexos personagens do universo MARVEL. Realizado por Andy Serkis, este filme tem também a interpretação de Michelle Williams, Naomie Harris e Woody Harrelson, no papel do vilão Cletus Kasady/Carnificina.

Opinião por Artur Neves

Venom é mais um personagem da Marvel Comics que foi explorado inicialmente na banda desenhada, em 1933 e na série de animação do Homem-Aranha em 1994, tendo merecido destaque com a coleção “The Venom Saga” em 1996. Nunca teve uma grande espetacularidade nem foi particularmente popular, até que em 2018 a Marvel decidiu transpô-lo para o grande ecrã, provavelmente já influenciada pelos ventos de reforma dos heróis tradicionais que vieram a “falecer”, todos de uma assentada em “Avengers: Endgame” de 2019.

Assim, em “Venom” de 2018 temos o aparecimento do jornalista falhado Eddie Brok (Tom Hardy) que se regenera após a coabitação com uma entidade alienígena, um simbionte do espaço exterior que gosta da terra e passa a habitar o corpo de Eddie constituindo uma parceria contra o crime e a maldade na cidade de Nova Iorque. No final deste filme, foi logo indiciada uma sequela através do breve aparecimento do serial killer; Cletus Kasady (Woody Harrelson) que vem a tornar-se figura grada no presente filme depois de escapar à prisão, após ter dado guarida a Carnage, (Carnificina) um extra terrestre da família de Venom mas muito mais violento e caótico em todas as suas atitudes.

A história passa-se uma ano depois dos acontecimentos narrados no primeiro filme e começa com o jovem Cletus assistindo impotente à transferência da sua amada Frances Barrison (Naomie Harris) do Lar St. Estes para Crianças Indesejadas, para o Instituto Ravencroft para ser sujeita a experiencias médicas de investigação do seu poder de grito com altas frequências sónicas que ela usa como defesa e agressão. Enquanto isto, Brok tenta adaptar-se à vida de hospedeiro de Venom, que possui opções divergentes da sua, como modo vida. Ele tenta recuperar a sua profissão de jornalista através da entrevista a Cletus que está preso no corredor da morte esperando a data da sua execução, mas escapa através de ter incorporado o simbionte Carnage, que em princípio é mais poderoso do que Venom. Como Cletus é um assassino a sangue frio, o exuberante “Carnificina” é mais cruel, reforçado ainda por habitar um serial killer psicopata, sem limites ou barreiras de contensão aos desmandos que deliberadamente pode provocar.

Com esta perspetiva pode imaginar-se que este filme seja dedicado a um público jovem, órfão dos super-heróis tradicionais, cuja primeira versão, granjeou mundialmente mais de 800 milhões de dólares em volume de bilheteira, o que trás esperanças acrescida para esta sequela que só no primeiro fim-de-semana de estreia nos USA arrecadou mais de 90 milhões, e que seguramente não vai ficar por aqui, considerando a cena apresentada a seguir aos créditos finais. É assim um filme para ver, em tamanho quanto maior, melhor, pelo que se recomenda a assistência à versão IMAX, com som Dolby Atmos que possibilitam maior imersividade na ação e nas complicadas lutas entre titãs.

Depois da privação das salas de cinema por causa da pandemia, este mês de Outubro está recheado de filmes que podem assinalar uma amostra do que será o futuro do cinema em sala, com James Bond em 30 de Setembro, este Venom em 14 de Outubro e o esperado “Dune” para 21, podem dar uma noção muito concreta da disponibilidade do público em se deslocar a uma sala de cinema para ver um filme. Até agora, com “James Bond: Sem Tempo para Morrer” a resposta parece já ser afirmativa.

Tem estreia prevista em sala para dia 14 de Outubro

Classificação: 4 numa escala de 10

 

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