3 de dezembro de 2020

Opinião – “Superinteligência” de Ben Falcone

Sinopse

Para sua surpresa e enorme descontentamento, Carol Peters, até aí uma pessoa perfeitamente comum, é escolhida para cobaia de uma superinteligência artificial que irá decidir o que fazer com a Terra. Indecisa sobre subjugar, preservar ou destruir a Humanidade, essa entidade tecnológica quer estudar todos os aspetos da vida de Carol, para perceber se realmente os seres humanos são dignos de salvação. Ciente da enorme responsabilidade que lhe coube em sorte, Carol vai ter de provar o que vale.

Opinião por Artur Neves

A história compõe-se como uma comédia romântica em que Carol Peters (Melissa McCarthy) é escolhida por uma superinteligência, não se sabe se origem terrena ou alienígena, que pretende conhecer o modo de funcionamento da sociedade dos humanos para melhor os salvar do colapso iminente a que os próprios humanos estão inexoravelmente a ser conduzidos pelas suas atitudes e pelos seus excessos de consumo desenfreado de recursos do planeta terra.

Carol foi escolhida porque no entender da tal superinteligência correspondia ao modelo de pessoa comum que poderia constituir uma base de referência para toda a humanidade. Estão a ver, Melissa McCarthy é uma atriz americana bonitinha de cara, frequentemente convidada para desempenhar papéis de comédia devido aos muitos quilogramas a mais que possui e que lhe confere uma imagem rotunda em toda a sua aparência. Logo por aqui se pode avaliar o nível de superinteligência com que estamos a lidar que a elegeu como modelo do que se entende como o comum dos mortais.

O que se segue é o reatar de um romance interrompido de Carol com um anterior namorado George (Bobby Cannavale) que está de partida para a Irlanda na busca de melhores dias dos que tem passado nos USA. Carol porém é recatada e com os avanços e recuos do relacionamento com George não presta suficientes informações à tal superinteligência que quer aprender mais sobre a afetividade entre os humanos e a empurra para sucessivas tentativas de o cativar.

A curiosidade da história, que a diferencia de outras comédias românticas, centra-se na apresentação da comunicação global através da simulação de uma rede 5G com que a superinteligência comunica constantemente com Carol, apanhando-a nas mais variadas situações, seja através das câmaras de vigilância de rua, do automóvel sem condutor que põe à sua disposição, como da televisão em casa, ou do rádio relógio despertador, ou até da torradeira que ela se apressa a destruir à vassourada.

Em boa verdade as redes 5G ainda não existem comercialmente, estando neste momento em testes de instalação, nem tão pouco existe atualmente equipamentos que possam utilizar tão profusamente essa banda de frequências como o filme pretende ilustrar. Todavia é um futuro próximo que mesmo em apresentação simulada, dá-nos uma ideia das potencialidades dessa tecnologia com que temos de lidar nos anos que se aproximam.

Agora, utilizar este desenvolvimento tecnológico como motivo e razão para reatar um romance interrompido é no mínimo peregrino, mas enfim é o que temos. A vertente ecológica de contenção de consumo que também veicula, justifica a classificação atribuída.

Classificação: 5 numa escala de 10

 

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