Sinopse
O produtor Max Barber
(Robert de Niro) contrai uma dívida junto do chefe da máfia Reggie Fontaine
(Morgan Freeman), devido ao seu último fiasco cinematográfico. Com a vida em
jogo, Max produz um novo filme apenas para matar o protagonista numa acrobacia
e cobrar o prémio do seguro. Mas quando Max escolhe Duke Montana (Tommy Lee
Jones), não espera que o velho alcoólico se sinta revitalizado perante as
câmaras. Incapaz de matar Duke numa acrobacia básica, Max coloca-o em situações
cada vez mais perigosas, das quais Duke se vai safando sempre. Até onde irá
Max, o produtor falhado, para salvar a sua pele?
Opinião
por Artur Neves
Com algumas semelhanças conceptuais
com “Era uma vez em Hollywood”, a história deste filme, contada em tom de
comédia evoca o cinema dentro do cinema na pessoa de Max Barber um produtor empedernido
pelos falhanços de bilheteira das suas apostas comerciais, mas que ainda assim
tem um sonho de produzir um filme que fique para a memória do cinema e o resgate
a ele do secundaríssimo papel que a indústria relegou todos os seus trabalhos
até agora.
Para isso, George Gallo um
realizador americano que tem no seu curriculum reconhecidos êxitos no género de
comédia, tais como; a saga dos “Bad Boys” (4 filmes), “Negócio para Adultos” de
2009, ou “Fuga à Meia-noite” de 1988 para o qual escreveu o argumento, todos no
mesmo estilo de comédia capciosa que reúne, suspense e caraterísticas de
thriller, rodeou-se de nomes sonantes de Hollywood ainda no ativo e sem copiar Tarantino,
inspirou-se na sua mais recente realização pegando no tema dos westerns, que estiveram em voga nas
décadas de 50, 60 e 70 e concebeu o argumento que deu origem a esta paródia que
recria as cenas mais emblemáticas dos filmes ditos “de cowboys” em que estes
perseguem os índios numa qualquer epopeia da conquista do oeste pelos
imigrantes que aportaram a este novo mundo.
A história está concebida
com graça, contendo vários momentos que nos fazem rir, num enredo velhaco em
que os princípios que o norteiam não são nem por sombras, os mais nobres, mas
que acaba na redenção do seu autor e na satisfação das suas dívidas aos credores
que o perseguem, mas que imediatamente se associam ao êxito conquistado por
este. Até os rivais reconhecem o sucesso dando-lhe oportunidade de o incluir justificadamente
na galeria dos heróis da sétima arte.
Ao apreciar esta história, descrita
na sinopse, que não passa de uma comédia inofensiva sem mensagem ética ou
moral, pois Max Barber é largamente recompensado pelos seus instintos canalhas
de pretender enriquecer à custa do seguro de vida de Duke Montana (Tommy Lee
Jones), ao convidá-lo para protagonizar um filme para o qual ele manifestamente
não apresenta condições físicas de resistência para as interpretar e que podem
causar-lhe a morte, que aliás, ele procura porfiadamente provocar o mais
rapidamente possível, pergunto-me; o que justificará o envolvimento destes
atores consagrados e em fim de carreira, participar num filme como este em que
os seus nomes associados à memória de êxitos passados, são maiores do que o
personagem que aqui desempenham.
Será o dinheiro?... será a continuação
do trabalho?... será o ambiente de camaradagem que se forma na equipa enquanto
duram as filmagens?... não sei, e talvez até seja um pouco de tudo, mas para
Robert de Niro significa um furos abaixo do seu desempenho em “O Irlandês” de
2019. Todavia o filme é engraçado, promove umas boas gargalhadas e todos os
saudosos dos velhos “westerns” irão
com certeza gostar.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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