Sinopse
Os SD (Os
Sete Destemidos) são os sete príncipes mais belos e populares do Reino dos
Contos de Fadas. Mas são também egocêntricos e arrogantes e, por causa disso,
são amaldiçoados e transformados em pequenos anões verdes. Este feitiço só
poderá ser revertido pelo beijo da mulher mais bela do reino. Determinados a
recuperarem a sua beleza, os sete vão partir em busca da mulher mais bela e, no
caminho, cruzam-se com a candidata ideal: uma jovem donzela chamada Branca de
Neve, cujos sapatos mágicos (dos quais ela nunca se separa), parecem esconder
um segredo.
Juntos, os
Sete Anões e a Branca de Neve terão de proteger os sapatos mágicos e a Ilha dos
Contos de Fadas, mas no caminho irão descobrir o verdadeiro significado da
palavra beleza e aprender a celebrar quem realmente são, independentemente do
seu aspeto exterior.
Com as vozes de Sara Carreira e Fernando Daniel.
Opinião
por Artur Neves
Penso não ser por acaso que
o filme começa com o nome “Branca de Neve e os Sete Anões” constituído com
letras animadas em queda para o fundo do ecrã, aparecendo depois em zoom in o nome correto do filme no mesmo
tipo de lettering anterior. Isto é a
consequência de se deixarem histórias europeias centenárias na mão de Coreanos,
que não possuem qualquer ponto de contacto com a nossa civilização, lendas e
costumes. Isto todavia não significa uma crítica ou uma censura, mas tão
somente uma constatação de facto.
A história original da
Branca de Neve, que remonta à Idade Média, corresponde a um conto da tradição
oral Alemã, que foi compilado num livro de “Contos de Fada para Crianças e
Adultos” pelos irmãos Grimm, publicado entre 1817 e 1822, sem contudo se
conhecer a data exata. Segundo Bruno Bettelheim, psicólogo Austríaco que viveu
a maior parte da sua carreira académica nos USA, no seu livro de interpretação
dos contos de fadas; The Uses of
Enchantment publicado em 1976, defende que a história da Branca de Neve
aborda essencialmente os conflitos edípicos entre mãe e filha na infância e na
adolescência, dando maior ênfase ao que constitui uma infância feliz e às
condições necessárias para que a criança cresça a partir dela.
Curiosamente e segundo o
mesmo autor, os anões são seres que não conseguindo evoluir para uma humanidade
amadurecida estão permanentemente retidos num nível pré-edípico, (não têm pais,
não crescem, não casam, não têm filhos) servindo apenas para enfatizar os
desenvolvimentos que ocorrem na evolução de Branca de Neve.
Posto isto, o que temos
neste filme é o contrário do anteriormente descrito. Apresentam-nos sete heróis,
belos e amarelos, devotados à justiça e a todas as boas intenções, que uma
bruxa má fortemente parecida com a Michelle Pfeiffer (não havia necessidade
desta conotação com a senhora) transforma em anões verdes como ogres, em sequência
duns erros cometidos pelos próprios. Aparece também um rei, cuja filha, Branca
de Neve gordalhufa mas de bom caráter, justa e cheia de boas intenções, transforma-se
em bela e amarela depois de calçar os tais sapatos mágicos que a bruxa também persegue
sem sucesso. Um príncipe, dum reino por inventar, feioso, arrogante e invejoso,
pretende as graças da princesa que os anões defendem, com artefactos inspirados
nos mais Coreanos Transformers,
usando artes marciais e toda a fantasia que a banda desenhada do sol nascente
pode conceber. Até uma Excalibur os Coreanos resolveram incluir na história,
vinda não se sabe bem de que origem, mas neste argumento cabe lá tudo.
No final, um dos anões
verdes, já recuperado em herói belo e amarelo apaixona-se pela princesa na sua
rotunda forma gordalhufa, mostrando-nos que a verdadeira beleza não está no efémero
aspeto exterior mas antes na alma, nos bons sentimentos e boa formação de
caráter. Para esta mensagem dirijo toda a classificação indicada a seguir e
deixo ao leitor a responsabilidade de pretender mostrar ao seu filho(a) toda
esta trapalhada.
Classificação: 3 numa escala
de 10
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