Sinopse
Quando um jovem casal (Michael Ealy e Meagan Good)
compra a casa dos seus sonhos em Napa Valley, pensa que encontrou o lar
perfeito para dar os próximos passos em família. Mas quando o ex-proprietário
(Dennis Quaid) permanece estranhamente ligado à casa e continua a infiltrar-se
nas suas vidas, eles começam a suspeitar que ele esconde outras intenções para
além de uma venda rápida.
Opinião
por Artur Neves
O que temos neste filme é um
thriller de suspense em crescendo,
bem apanhado, onde o ex-proprietário Charlie Peck (Dennis Quaid) que vendeu a
casa ao casal, não quer, nem pretende deixar a propriedade de que tomou posse,
através de uma manobra que mais tarde viremos a conhecer.
Dennis Quaid tem um bom
desempenho neste papel de louco obcecado, sem reservas de comportamento, que embora
exprimindo uma loucura desequilibrada, consegue com uma simpatia fictícia manter-se
próximo da propriedade que já não lhe pertence, embora ele não a queira largar.
As expressões faciais de Charlie nas diferentes situações, alternando entre
largos sorrisos e uma contrariedade mal contida, são a chave deste suspense em
que se espera uma explosão a cada momento que ele aparece em cena, seja por que
motivo for, sempre dissimulado de entreajuda e colaboração.
O primeiro contacto entre os
comparadores e o vendedor não é o mais auspicioso, pois Scott e Annie (Michael
Ealy e Meagan Good, respetivamente) encontram Charlie em plena atividade de
caça no terreno circundante da casa. Considerando que sendo eles citadinos,
modernos e cultos, a atividade da caça é algo que lhes é estranho e de certo
modo incompreensível para a sua vivência noutra dimensão diferente do mundo
selvagem. Eles é que escolheram a casa, mas o seu modo de vida é diferente, do
que ela e o seu meio envolvente lhes pode oferecer.
Como bom thriller que se preza, temos em Annie a
pessoa bem-intencionada, compreensiva, aberta aos novos relacionamentos de
vizinhança com o antigo dono da propriedade, sem suspeitar de que as suas
intenções não sejam as melhores e as mais apreciáveis, indiferente ao mais elementar
cuidado de reserva sobre a sua própria segurança. Esta postura não será muito verosímil
na vida real, mas que sem dúvida contém o cerne do suspense e provoca sobressaltos no espectador, que foi ao cinema,
mesmo para os sentir.
O verso desta moeda é “O
Intruso” na pele de Dennis Quaid que tem um desempenho completamente
surpreendente pelo desequilíbrio que aparenta em todas as situações em que entra.
O seu personagem contém elementos de um Joker tão louco como o criado pelo malogrado
Heath Ledger em “O Cavaleiro das Trevas” ou Jack Nicholson em “The Shining”
exibindo expressões assustadoramente convincentes e ferozes, com sorrisos
maníacos, olhos esbugalhados e trejeitos faciais numa cara de plasticina que
quando filmados em close-up, projetam
imagens de verdadeira e assustadora loucura.
Assim sendo, temos neste
filme um thriller doméstico com
pontos fortes ao nível da interpretação e do argumento, realizado por quem sabe
o que pretende e eficaz no aspeto do suspense transmitido ao espectador.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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