Sinopse
O CAVALHEIRO COM ARMA é inspirado na história verídica
de Forrest Tucker (Vencedor do ÓSCAR® Robert Redford). Considerado o ladrão
mais simpático de sempre, Forrest escapou audaciosamente da prisão de San
Quentin aos 70 anos de idade, e empreendeu depois uma série de assaltos sem
precedentes que baralharam as autoridades e encantaram o público. Envolvidos na
perseguição estão o detetive John Hunt (Vencedor do ÓSCAR® Casey Affleck), que
fica fascinado com o empenho de Forrest no seu ofício, e uma mulher que o ama
apesar da profissão que ele escolheu (Vencedora do ÓSCAR® Sissy Spacek).
O filme conta ainda com as interpretações de Danny
Glover e Tom Waits.
Opinião
por Artur Neves
A história subjacente a este
filme, para além de corresponder a uma biografia de um assaltante de bancos
gentil e cortês, veicula a máxima de conduta de vida que nos diz: Vive a vida fazendo
tudo o que te faz feliz. É esta a grande justificação para o comportamento
marginal de um cavalheiro que se divertia e se sentia verdadeiramente feliz a
assaltar bancos de uma forma original, não violenta e reconhecido sucesso,
considerando que se estima ter roubado a quantia global de quatro milhões de dólares,
nos múltiplos assaltos realizados em que sempre obtinha relativamente pequenas
quantias de cada vez.
Robert Redford está
extraordinariamente bem no papel de Forrest Tucker não só pela semelhança de
idade com o seu alter ego, mas também porque a figura, simpática e prazenteira de
Redford convence-nos que só com aquela atitude é que um marginal daquela
estirpe poderia ter sucesso. Conhecemos Redford com excelentes interpretações
ao longo da sua carreira, mas não vislumbro outro ator que pudesse representar
com tanta naturalidade e ser tão persuasivo num personagem com uma vida tão
atribulada como a de Tucker.
Para compensar, o detetive
que o descobre é um persistente e inquisitório policia que porfia a obtenção de
provas, numa época em que a intuição e a dedução relacional dos indícios constituía
a prática forense, pois outros recursos mais sofisticados ainda não existiam.
O par romântico que
constitui com Sissy Spacek (a grande estrela de “Carrie” de 1976) aqui uma viúva
por quem se apaixona, numa plácida relação sem conflitos nem sobressaltos
figura também como um exemplar modelo da vivência do amor quando o fogo da
paixão se extingue e subsiste um companheirismo e delicadeza suave como um pôr-do-sol
no Outono. Ela aceita-o sem realmente o conhecer e ele despede-se mansamente
para ir realizar mais um assalto que na realidade são quatro no mesmo dia. Nem a
melhor ficção concebia uma “realidade” destas.
Nem sempre atua sozinho e os
seus colegas de golpe pertencem à mesma faixa etária e são tão discretos quanto
ele delegando-lhe a liderança e o planeamento da ação. O seu inter-relacionamento
é igualmente cortês e pacato como em todo o desenrolar desta história que nos
convida à contemplação, num fim de tarde depois do trabalho.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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