Sinopse
Três criminosos profissionais aceitam o que julgam ser
o golpe da sua vida, mas quando chegam ao local do assalto, um remoto armazém,
descobrem que caíram numa armadilha. Agora, cercados do lado de fora pela lei,
apercebem-se que dentro do armazém uma ameaça maior os espera – um cão de
ataque assassino que os irá obrigar a lutar pelas suas vidas.
Opinião
por Artur Neves
Paul Solet, realizador e
argumentista americano desde 2003, muito embora com experiencia anterior em
cinema, apresenta-nos aqui uma fábula urbana sobre as ligações conturbadas
entre humanos e animais, neste caso particular; cães usados em combates
ilegais.
A história desenvolve-se em
torno de três homens de faixas etárias significativamente diferentes, unidos
pelo objetivo comum de se esconderem da polícia após um assalto realizado, com consequências
trágicas para um quarto camarada que morre no início da história. O local
escolhido é um armazém abandonado, que eles desconhecem possuir um ring de combate, utilizado por um gang organizado para corretagem de lutas
clandestinas de cães, obtendo vantagem financeira das apostas dos donos dos
contendores.
Durante a sua permanência no
esconderijo eles vão trocando experiências e memórias do seu passado que nos dá
a conhecer um pouco da personalidade de cada um deles e da sua relação com
animais domésticos, nomeadamente cães. É neste local de espera e também de
algum reencontro com as suas recordações mais fortes e objetivos futuros, que
eles encontram “Blue”, um mastim de combate, ferido, muito maltratado mas ainda
com capacidade física e suficiente ódio aos humanos que o utilizaram, para os
perseguir e destroçar se eles não conseguirem ficar fora do alcance das suas
mandíbulas.
É nesta fase que o filme nos
começa a mostrar alguma ação, num jogo de fuga do perigo que os ameaça, em simultâneo
com o reencontro das fragilidades e das ligações imprevistas que se formam, num
caldo de empatia entre o homem e o cão que o persegue, prometendo-nos que
apesar de toda a ignomínia alguns sentimentos nobres de humanidade ainda despertam.
Duma maneira geral estamos
em presença de um filme que se desenrola num único local, embora ao longo de
vários espaços, se trocam opiniões sobre a vida e sobre o passado de cada um,
se perspetiva um futuro que não tem lugar para ocorrer, não por serem
criminosos mas antes por cada um à sua maneira sentir ter chegado ao fim, independentemente
dos reais motivos que os conduziram aquela situação.
A redenção e a lição de
fábula, chega na parte final através de um twist
que vem repor os termos como deveriam ser, indiciando que por mais profunda que
seja a queda a esperança deve ser a ultima a abandonar-nos. Para uma rodagem
num espaço interior a fotografia de Zoran Popovic é agradável, a montagem de Josh
Ethier, utilizando flash backs, dá
alguma animação à história, mas com estes atores esperar-se-ia um pouco mais,
todavia o guião não lhes permite qualquer golpe de asa. Sabe a pouco!…
Classificação: 4,5 numa
escala de 10
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