10 de outubro de 2017

Opinião – “O Estrangeiro” de Martin Campbell


Sinopse

Um thriller de enorme tensão que nos traz o famoso Jackie Chan como um homem bom e humilde, dono de um restaurante na Chinatown de Londres, numa missão para encontrar os terroristas responsáveis pelo atentado que provocou a morte da sua amada e única filha.
Para descobrir a verdade, Quan (Jackie Chan) entra num jogo político de gato e rato com Hennessy (Pierce Brosnan), um responsável do governo com uma história sombria.
Enquanto Quan avança na identificação dos assassinos, cada um deles terá que enfrentar o seu passado.

Opinião por Artur Neves

Martin Campbell, realizador Neozelandês, com vários filme de ação no curruculun, tais como; 007 “Casino Royale” e “GoldenEye” e outros de idêntica nomeada, apresenta-nos aqui uma história de terrorismo fora de tempo, porque baseada no romance “The Chinaman” de Stephen Leather, editado em 1992, numa época muito anterior à primavera árabe que está na base do terrorismo atual tal como o conhecemos, todavia tão violento e mortífero como foram os ataques perpetrados pelo IRA e pelo seu braço armado Siin Féin, fundado em 1905 e destinado a unir grupos Irlandeses nacionalistas contra o domínio britânico.
Apesar de fora de tempo esta história consegue mostrar-nos um filme de ação, bem estruturado, com um final previsível, muito embora com bons elementos de surpresa e enredo bem entretecido que nos mantém presos ao desenvolvimento de toda a história. Quan, o estrangeiro do título, interpretado por um Jackie Chan sem a desenvoltura de outrora, mas em quantidade suficiente para nos entusiasmar em segui-lo na sua busca pelos assassinos da sua filha. Com a idade perdeu a dinâmica de “loucura” que caraterizava os personagens anteriormente interpretados e isso é uma vantagem neste filme.
Por seu lado Pierce Brosnan, que ultimamente nos tem habituado ao desempenho de personagens pacatos e mais ou menos românticos mostra-nos aqui uma faceta mais séria, dúbia e política no pior sentido, que concentra todo o segredo da história num desempenho convincente envolvido em todo o desenvolvimento político da ação no que concerne ao governo Inglês colocado em cheque pelos dramáticos eventos que vão ocorrendo em Londres.
A história, com um início imprevisto, está bem urdida e mostra-nos com pormenor a dor de um pai e de tudo o que ele está disposto a fazer para conseguir a justiça que o governo Inglês, em colaboração com as autoridades Irlandesas estavam dispostos a mascarar em benefício do acordo alcançado para o desmantelamento do IRA, desqualificando a sua ala mais radical que nas suas intenções mais profundas nunca desarmou os seus verdadeiros objetivos. Com todos os ingredientes do thriller político e policial, temos aqui uma história escorreita que se vê com agrado e interesse durante quase duas horas. Recomendo.

Classificação: 6 numa escala de 10

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