Sinopse
Após a descoberta do
homicídio macabro de uma família de camponeses nos arredores de Amesterdão, a
polícia não faz ideia de quem poderá ser o possível perpetrador. Contudo,
Lizzy, uma veterinária do jardim zoológico, crê saber quem poderá ter causado
as mutilações sangrentas: um leão forte, grande e feroz. Ninguém acredita muito
nesta hipótese, e é necessário uma segunda matança para que, finalmente as
autoridades aceitem o plano rigoroso de um caçador de leões britânico para
apanhar o monstro.
Opinião
por Artur Neves
A história reúne alguns
elementos curiosos, explorados pelo realizador que dispôs de alguma profusão de
meios artísticos e de caracterização para provocar uma tentativa de tensão e
medo, mas que nunca ocorreram, porque as cenas mais chocantes foram sempre
envolvidas numa atmosfera de chalaça, de humor negro de riso fácil, de crítica
social de diversas entidades, de forma expressamente chocarreira e ridícula.
Dick Maas não é propriamente
um estreante nestas andanças tal como atestam as suas anteriores realizações no
género; “Amsterdamned” 1988, não estreado entre nós, e “The Lift” (O Elevador,
1983) que atingiu significativo sucesso em Portugal, embora constituindo um
subgénero de terror ligeiro. Desta vez, criando um ambiente muito semelhante ao
“Tubarão”, 1975 de Steven Spielberg, Dick Maas desenvolve uma história, cujo
terror se dilui num humor negro cáustico, mas que em nenhum momento consegue
perturbar o espetador numa cena de tensão produzida pela história.
A história é coerente,
representaria um perigo real e pânico generalizado se ocorresse numa cidade mas
a sua ilustração no filme é recheada de gags
previsíveis, embora sempre funcionais, de caricaturas pessoais que poderíamos
associar a conhecidos nossos e de eventos que pretendem causar medo através de
caracterização, mas que naquele contexto não têm “força” para se afirmar como
tal deixando toda a ação em “banho-maria” que não levanta fervura até ao final.
A parte lúdica é constituída
pelo romance entre o atrevido jornalista e a veterinária, mas mesmo aí todos os
tiques apresentados são de “antologia” não contendo amor escaldante nem zangas
prolongadas, passando-se tudo numa normalidade clássica que parece ter sido
construído só para cumprir o argumento. No final dá-se a sacramental cena de
heroísmo em que a “rapariga” salva in
extremis o “rapaz” como é hábito atualmente numa clara elevação do papel
até agora desempenhado pela mulher, mas nem isso constitui surpresa.
Estamos pois em presença de
uma história comum, divertida que baste, bem desempenhada, adulta, que ocupará
uma parte do tempo que temos disponível. Quando saímos ela desvanece-se.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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