Sinopse
Em 1960, o pior pesadelo de
qualquer campista tornou-se realidade quando quatro adolescentes foram
esfaqueados enquanto dormiam nas suas tendas. Com o tempo, o crime tornou-se
uma lenda urbana, uma simples história mórbida contada à volta da fogueira.
Agora um grupo de adolescentes instala-se no mesmo acampamento na esperança de
resolver o mistério, reconstruindo o crime detalhadamente.
Opinião
por Artur Neves
A história contada neste
filme não é o que parece demonstrado pelos principais intervenientes, já que,
cedo ficamos a saber que dos quatro amigos nem todos têm os mesmos motivos para
participarem naquele fim-de-semana declaradamente como meio de investigação do
mito urbano associado ao lago que dá o nome ao filme.
O suspense experienciado por
esta história advém da expectativa criada para o desenvolvimento de uma
aventura cujos fins, embora referidos pelos seus promotores, apresenta algo de
suspeito, naïff, e de sucesso
duvidoso, que se vem a revelar no imprevisto twist operado na história, conferindo a este slasher movie a desconstrução dos objetivos iniciais e revelando as
verdadeiras intenções da história.
Taneli Mustonen está fora do
seu registo habitual, que tem sido filmes de humor mais ou menos
despretensiosos, enveredando aqui pelo mito urbano como fonte de terror, que
para não variar no conjunto global, é objeto de um twist final totalmente inesperado.
Maioritariamente rodado na
noite de chegada ao acampamento, o filme serve-se das sombras e do que os olhos
não podem ver, para criar o ambiente adequado à ação conseguindo-se aí a maior
parte do suspense que a história
consegue imprimir. Depois temos a parte “gore” com as mortes violentas, também
elas inesperadas mas bem encenadas para inicialmente nos confundir e finalmente
a fuga também durante a noite, onde pontuam os efeitos especiais geradores da
emoção.
No seu todo e apesar dos twists da história, o filme apresenta-se
escorreito, coerente nos seus objetivos e tem momentos de puro cinema que nos
emociona e diverte no âmbito do género. O realizador “defende-se” com os
ambientes escuros e as sombras para conseguir uma realidade induzida em vez de
uma realidade expressa, mas isso não é estranho nestas histórias e é por si só
um motivo de apreço se for em demasia.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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