9 de setembro de 2017

Opinião – (MOTEL/X) – “Lake Bodom” de Taneli Mustonen


Sinopse

Em 1960, o pior pesadelo de qualquer campista tornou-se realidade quando quatro adolescentes foram esfaqueados enquanto dormiam nas suas tendas. Com o tempo, o crime tornou-se uma lenda urbana, uma simples história mórbida contada à volta da fogueira. Agora um grupo de adolescentes instala-se no mesmo acampamento na esperança de resolver o mistério, reconstruindo o crime detalhadamente.

Opinião por Artur Neves

A história contada neste filme não é o que parece demonstrado pelos principais intervenientes, já que, cedo ficamos a saber que dos quatro amigos nem todos têm os mesmos motivos para participarem naquele fim-de-semana declaradamente como meio de investigação do mito urbano associado ao lago que dá o nome ao filme.
O suspense experienciado por esta história advém da expectativa criada para o desenvolvimento de uma aventura cujos fins, embora referidos pelos seus promotores, apresenta algo de suspeito, naïff, e de sucesso duvidoso, que se vem a revelar no imprevisto twist operado na história, conferindo a este slasher movie a desconstrução dos objetivos iniciais e revelando as verdadeiras intenções da história.
Taneli Mustonen está fora do seu registo habitual, que tem sido filmes de humor mais ou menos despretensiosos, enveredando aqui pelo mito urbano como fonte de terror, que para não variar no conjunto global, é objeto de um twist final totalmente inesperado.
Maioritariamente rodado na noite de chegada ao acampamento, o filme serve-se das sombras e do que os olhos não podem ver, para criar o ambiente adequado à ação conseguindo-se aí a maior parte do suspense que a história consegue imprimir. Depois temos a parte “gore” com as mortes violentas, também elas inesperadas mas bem encenadas para inicialmente nos confundir e finalmente a fuga também durante a noite, onde pontuam os efeitos especiais geradores da emoção.
No seu todo e apesar dos twists da história, o filme apresenta-se escorreito, coerente nos seus objetivos e tem momentos de puro cinema que nos emociona e diverte no âmbito do género. O realizador “defende-se” com os ambientes escuros e as sombras para conseguir uma realidade induzida em vez de uma realidade expressa, mas isso não é estranho nestas histórias e é por si só um motivo de apreço se for em demasia.

Classificação: 5 numa escala de 10

Sem comentários: