Sinopse
Este drama, baseado na obra do escritor William Paul
Young, centra-se na história de um homem que recebe um misterioso bilhete a
convocá-lo para regresse à cabana onde foram encontradas as roupas ensanguentadas
da sua filha, dada como desaparecida uns anos antes e provavelmente assassinada.
O que ele lá vai descobrir mudará a sua vida para sempre…
Opinião
por Artur Neves
Sobre este mesmo tema em 2014
tivemos; “O Céu Existe Mesmo” de Randall Wallace que também escreveu o
argumento, onde um miúdo, com ar de querubim com cabelo loiro aos caracóis, saído
de um quadro de Urbino, nos apresentava um Deus “civilizado”, bem parecido, com
quem nos poderíamos cruzar ao fundo da rua.
Neste ano de 2017, Stuart
Hazeldine, realizador Inglês, traz-nos este; “A Cabana” fundamentado nos mesmos
ingredientes da presumível existência de um Criador que lança as bases da nossa
existência e depois nos entrega às nossas decisões díspares sobre o nosso
futuros ou dos nossos semelhantes com que nos cruzamos por decisão expressa ou
até acidentalmente, ao absoluto sabor do livre arbítrio que nos é concedido sem
peso, sem medida nem limite, nem responsabilidade de quem o entregou.
Para O tornar mais
universal, fá-lo representar por quatro raças mais representativas da
humanidade, para lá da raça branca que fica representada por inerência no papel
principal da história, em diferentes situações do quotidiano passadas numa estância
de montanha que embora aprazível será tudo, menos divina, a julgar pelos
relatos que nos chegam através dos meios de divulgação religiosa de qualquer
espécie. Se existe alguma transcendência para lá da nossa vida terrena, ela
será provavelmente etérea, espiritual, sem corpo nem massa que possa ser representada
por Octavia Spencer, que tão rico personagem nos trouxe no recente filme; “Elementos
Secretos” (2016) sobre a descriminação das mulheres no programa aeroespacial da
NASA… digo eu que sou agnóstico!...
Pois bem, após quase 130
minutos de uma história sobre um desaparecimento mal contado, temos um filme
que não deverá converter nenhum ateu, pois conhecerá argumentos bem mais verosímeis
do que o bíblico caminhar sobre as águas e outras metáforas afins, sem qualquer
sucesso na sua negação, não deverá agradar a muitos crentes possuídos por
outros conceitos mais universais e recatados, tementes e seguidores de uma
ortodoxia incompatível com estas modernices, e deixará perplexo qualquer
agnóstico que “chutará para canto” algumas das justificações apresentadas que
não acrescentam nada ao que já se sabia, ou ao que já se viu e que continuam a
não acrescentar qualquer prova a essa existência. Salva-se a bondade das intenções,
mas isso é um exercício inútil e muito pouco para tanta pasmaceira.
Classificação: 3 numa escala
de 10
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