Sinopse
Jennifer Lawrence e Chris Pratt são dois passageiros a
bordo de uma nave espacial que os transporta para uma nova vida noutro planeta.
A viagem sofre uma reviravolta mortal quando as cápsulas de hibernação os
acordam 90 anos antes da chegada ao seu destino. À medida que Jim e Aurora
tentam desvendar o mistério por trás desta falha, apaixonam-se, sendo incapazes
de negar a sua intensa atração... sendo no entanto ameaçados pelo iminente
colapso da nave e pela descoberta da verdade sobre o porquê de terem acordado.
Opinião
por Artur Neves
Esta história tem um
princípio que nos excita e nos torna atentos ao que nos pretenderá mostrar, mas
lamentavelmente depressa perdemos toda essa emoção quando começamos a
compreender que o que move o realizador Morten Tyldum, nascido na Noruega há 50
anos, é criar uma novela inevitável entre duas coqueluches Hollywoodescas; Jennifer
Lawrence uma das atrizes mais bem pagas atualmente e Chris Pratt, estrela de “Mundo
Jurássico” 2015, que por motivos não muito bem revelados se encontram presos
numa nave interestelar que transporta cinco mil pessoas para um destino mais promissor
do que neste pobre planeta azul que abandonaram, sabe-se lá porquê!...
A viagem está programada
para cento e cinquenta anos pelo que todos os passageiros viajam em hibernação,
mas uma avaria faz despertar Jim Preston (Chris Pratt) noventa anos antes de
chegar ao destino, ficando com pouco tempo para usufruir da “Terra Prometida”. Durante
o 1º ano ele ainda se aguenta sozinho a reparar tudo o que encontra e a
conversar com um barman androide a
quem ele conta a sua solidão e o desejo de acordar a bela Aurora Lane (Jennifer
Lawrence) que ele catrapiscou nos seus passeios pela nave, mas sabe também como
isso significa uma condenação á morte da sua desejada companheira e sabe ainda que
não tem o direito de se arvorar em Deus para lhe determinar tal destino.
Ficamos a saber que ele é
engenheiro mecânico e ela é potencial escritora, porque ele dedica-se a
pequenas reparações no interior da nave para o que constrói uma bancada de serralheiro
onde gasta tempo em todos os hobbies
que apanha à mão e ela escreve um romance que já vem pensado da terra que
abandonou. Mas nem uma palavra sobre o motivo que os moveu ao envolverem-se
naquela aventura, o que procuram no futuro, no destino longínquo que adotaram,
o que os fez deixar o passado, quais os seus princípios, nada… apenas o vazio
tão vazio como o meio onde aquela nave se desloca.
Perante estes dilemas éticos
de vida, morte, direitos humanos, respeito pelo próximo o que move o realizador
é o sobreaquecimento do reator estando a solução para o problema em acordar “naturalmente”,
um dos oficiais da nave que irá entregar ao nosso engenheiro uma chave digital antes
de morrer, que fará maravilhas e tornará o nosso herói improvável, o salvador da
missão e a redenção para o seu imperdoável ato de acordar a sua amada.
Ora bolas meus senhores, a
nave concebida até está interessante e surpreende-nos, mas não permitiria o
nascimento de uma árvore no solo de aço, nem a concepção futurista do touch screen é tecnologia suficiente
para conseguir tudo, desde bebidas frescas até uma complexa cirurgia ao coração
realizada por personagens de que desconhecemos as motivações. É pena vermos uma
ideia arrojada tão malbaratada por trivialidades que pretendem justificar que o
amor é mais forte, que á ética é lançada às malvas e que os fins justificam os
meios.
Classificação: 4 numa escala
de 10
Sem comentários:
Enviar um comentário