Sinopse
Elementos Secretos, contam a incrível história de
Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary
Jackson (Janelle Monae) – mulheres afro-americanas brilhantes que trabalham na
NASA e são os cérebros por trás de uma das maiores operações da história: o
lançamento do astronauta John Glenn para a órbita, um incrível feito que
restaura a confiança da nação, agita a Corrida Espacial e reanima o mundo. O
trio visionário atravessa género e raças para inspirar as gerações a sonharem
alto.
Opinião
por Artur Neves
Theodore Melfi realiza um
argumento escrito em coautoria com Allison Schroeder, a escritora do romance
que inspirou esta história de preconceito, segregação racial, sexual e
autonomia da maioria negra pouco assumida por uma América pouco consciente dos
direitos dos outros, independentemente das suas caraterísticas físicas. Estamos
pois em plena época da guerra fria na altura da corrida espacial contra uma
União Soviética que ameaçava um sucesso indesejável para uma nação que
pretendia conquistar vitórias em todas as frentes.
Os computadores estavam no
seu início e todos os cálculos eram feitos por homens e mulheres com características
excecionais para o cálculo numérico e para a matemática onde sobressairiam estas
mulheres negras que este filme glorifica e faz sair com todo o mérito da irrelevância
histórica a que foram remetidas pelos seus chefes e colegas menos dotados do
que elas, emboras brancos.
A história gira portanto em
torno da segregação racial nos USA mas abordada de um forma condescendente,
exemplificada por clichés demasiado óbvios que em vez de valorizarem o seu
inestimável contributo para a conquista do espaço, justificam de certa maneira
a sua condição pela sua vivência, ambiente familiar e posição social na
comunidade.
Logo na abertura do filme, a
primeira cena desenvolve um diálogo entre um polícia “grunho”, do mais boçal
que os USA podem ter nas suas forças policiais, com as três “heroínas” que
ensaiam um diálogo fabricado de lugares comuns e verdades convencionais, na
minha opinião, tão pouco prováveis como o desfecho daquele encontro fortuito na
estrada.
A sua vivencia na NASA,
embora enaltecendo as suas qualidades como “computadoras” centra-se em
pormenores quotidianos de forte conotação racial, mas nunca conferindo às
personagens uma verdadeira espessura enquanto pessoas, uma estatura humana
resistente à humilhação continuamente infligida numa época que deve ter sido
realmente difícil de coabitar com colegas homens e mulheres brancas, que apesar
do seu árduo trabalho, apenas lhe dedicavam uma compreensão envergonhada e
piedosa, a que elas no fundo, estavam agradecidas.
O filme vale pois para
memória futura, para que não seja esquecido o seu contributo para o
desenvolvimento tecnológico de um país que influenciou o mundo para o bem e
para o mal mas por outro lado também branqueia o comportamento social de uma
época que permitiu “naturalmente” a sua ascensão apesar da cor da pele. Trata-se
de um filme frouxo, embora com algum interesse do ponto de vista documental e
histórico.
Classificação: 5,5 numa
escala de 10
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