Sinopse
Jane Hammond (Natalie Portman) construiu uma nova vida
com o seu marido Bill “Ham” Hammond (Noah Emmerich) e filha, nas difíceis e
perigosas planícies do oeste americano. Mas quando Hammond se envolve num
tiroteio com John Bishop (Ewan McGregor) e o seu bando de criminosos, e
regressa a casa ferido, ela tem a certeza que Bishop não irá parar até que toda
a sua família seja morta. Em desespero, Jane pede ajuda a Dan Frost (Joel
Edgerton), um homem com quem teve um relacionamento no passado. Perseguida por
memórias antigas, Jane vai ver o passado confrontar-se com o presente numa
batalha épica pela sobrevivência.
Opinião
por Artur Neves
Para um tema quase caído no esquecimento
por Hollywood, subitamente aparecem duas realizações que embora com pergaminhos
diferentes abordam o mesmo tema do western
em duas vertentes diferentes; “Os Sete Magníficos” na tradição da conquista do
oeste, com bandidos e bandidos transformados em heróis e neste filme; “As Armas
de Jane” uma versão mais romântica e minimalista da mesma luta pela miragem de
um mundo melhor.
A história desenrola-se nas planícies
sem fim onde um homem com a cabeça a prémio é perseguido e ferido pelos seus pretensos
captores, mas de quem ele escapa muito mal tratado, bastante ferido com várias
balas no corpo até se refugiar na sua casa entretanto guardada pela sua mulher
que o acolhe e promove a sua defesa.
Não seria fácil para uma
única mulher defender-se com êxito pelo que esta recorre a alguém que nos vai
ser revelado ter sido o seu primeiro amor entretanto deixado para trás por
razões que vamos conhecendo através de flashbacks
e de conversas intimistas durante a espera para o assalto dos caçadores de
prémios que eles pretendem combater.
No final tudo se
compreenderá com recurso à técnica dos flashbacks
apresentados em ordem salteada provando que a nossa compreensão da história não
depende da ordem de ocorrência dos eventos, mas sim de eles terem sido
referidos ou não. A filmagem recorre a planos longos, mostrados através de
janelas com movimentos de camara ao estilo de Jonh Ford denunciando com isso a “escola”
do realizador, o que não é um defeito em si mesmo, pelo contrário. Todavia noutros
elementos apresenta-se algo naïf como
na idílica viagem em balão, num flashback
que apenas distrai o espectador da tensão que se avoluma com a chegada dos
assaltantes.
O vilão maior porém, não
convence, interpretado por um Ewan McGregor que constrói um personagem sem densidade
nem espessura perdendo-se numa caricatura tosca do vilão do inóspito oeste
americano. Aliás todos os caçadores de prémios apresentam características algo
frouxas para o desempenho esperado.
Todo o filme porém assenta num formalismo de acordo
com o figurino, com uma história revelada a conta-gotas que cativa o
espectador. A Jane exibe a força adequada à acção embora o rosto da Natalie Portman
se apresente demasiado doce em certas cenas. O trabalho de fotografia é
irrepreensível e o filme vê-se com agrado no seu todo, embora não permaneça
muito tempo na nossa memória.
Classificação: 6 numa escala de 10
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