4 de agosto de 2016

Opinião – “Bons Rapazes” de Shane Black


Sinopse

BONS RAPAZES decorre na Los Angeles de 1970, onde o azarado e pouco competente detetive particular Holland March (Ryan Gosling) é obrigado a trabalhar com Jackson Healy (Russel Crowe), um rufia a contrato que resolve os seus trabalhos à força, na resolução do caso de uma rapariga desaparecida e da morte aparentemente não relacionada de uma estrela porno. Só que durante a investigação eles acabam por descobrir uma conspiração que atinge os mais altos círculos do poder. Escrito e realizado por Shane Black, BONS RAPAZES é uma comédia de ação que, para além da dupla improvável Gosling/Crowe, conta ainda no elenco com Kim Bassinger, Matt Bomer, Angourie Rice e Keith David.

Opinião por Artur Neves

O género de comédia, quando contém elementos para tornarem a história com sentido constitui sempre sucesso garantido. Se além disso se considerarem dois actores que ficam bem a trabalhar juntos pela complementaridade dos seus personagens então temos diversão certa, temos um filme de verão sem complicações sérias, embora com uma história que nos mantém interessados pela acção e pelo enredo que aponta sempre para surpresas no take seguinte proporcionando um espectáculo agradável.
Desta feita, temos o desaparecimento de Amélia, filha de uma funcionária do Departamento de Justiça Norte Americano que desesperada contrata os serviços de um detective com métodos de investigação pouco ortodoxos, mas conveniente, considerando a pouca ortodoxia de todo este caso como posteriormente nos é revelado no desenrolar da acção.
Só que Amélia não está realmente desaparecida pois ela aparece em vários locais e em diferentes situações, nomeadamente ligada a um filme pornográfico, cuja actriz principal foi morta e cujas causas estão a ser investigadas por outro detective particular; Holland March (Ryan Gosling) que inevitavelmente se cruzará com Jackson Healy (Russel Crowe) juntando esforços para a completa solução do caso, formando assim esta dupla improvável mas que funciona na perfeição. Ryan Gosling revela-se aqui como um versátil actor, particularmente evidenciado numa cena em que se encontra sentado numa sanita de um WC dum salão de bowling e cujo desempenho está ao mais alto nível da comédia clássica.
Só que nem tudo é o que parece e as ramificações que ambos os casos revelam levam-nos a surpresas e a ambientes insuspeitos em que ambos são levados a aplicar-se, um pouco contra a sua natureza de bebida descomprometida e laxismo na sua actividade “normal”. Mas a equipa formada entre ambos funciona, apesar de alguns desmandos de ambas as partes, complementada pelo bom senso, por vezes incómodo da jovem filha de March e entre tiros e socos o caso vai-se revelando na sua autenticidade inicialmente imprevisível.
Shane Black realizador e argumentista de anteriores sucessos do cinema, tais como; “A Fúria do Ultimo Escuteiro” de 1991, ou toda a série de quatro filmes de “Arma Mortífera” cujo tema de “crime e castigo” roça o argumento desta história é garantia suficiente para a sua apreciação e fruição com agrado, nos dias quentes que vão correndo.

Classificação: 7 numa escala de 10

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