31 de maio de 2016

Opinião – “Actividades Criminosas” de Jackie Earl Haley


Sinopse

Quatro amigos tropeçam num negócio bom demais para recusar. Mas quando as coisas correm mal com o investimento, descobrem que parte do seu financiamento veio de Eddie (John Travolta), um chefe do crime conhecido pela sua crueldade... e está na hora de pagar. Agora, como contrapartida, eles vêem-se obrigados a sequestrar um membro da família de um chefe rival, a fim de pagar a dívida. Envolvidos num submundo de crime e violência ao qual não pertencem, se os quatro amigos conseguirem concluir com sucesso a tarefa atribuída, são bem capazes de escapar com vida.
Opinião por Artur Neves
A história começa bem, quatro amigos separados desde os tempos da escola encontram-se e depois de alguma conversa de circunstância, surge naturalmente a notícia de uma hipótese de negócio rentável que um deles se disponibiliza para financiar, sugerindo uma sociedade entre eles para gestão dos lucros.
Dito assim parece um maná vindo dos céus, a amizade, o dinheiro sem custo, a facilidade da concretização do “projecto”, tudo sem problemas nem dificuldades inerentes da luta do dia-a-dia, todavia nada é tão simples assim porque a amizade entre os quatro não é o que parece, o mecenas financiador do “projecto” obtém os fundos por meios ilícitos, a namorada de um deles é amante do financiador, o “representante” da Máfia afinal está coligado com o financiador do projecto, o raptado afinal não tinha a protecção que julgava e, saberemos no fim, tudo não passa de uma vingança pelos maus tratos e enxovalhos sofridos durante os tempos de escola.
Jackie Earl Haley traz-nos assim uma história de mafiosos e burlados, mas com fundamento psicológico que não soube trabalhar adequadamente, considerando que durante o desenrolar da acção nada nos leva a inferir, ou sequer a suspeitar quem é quem. Lamentavelmente a história desenvolve-se ao estilo dos filmes sobre os romances policiais de Agatha Christie em que os crimes e as intrigas desenvolvem-se sob os nossos olhos mas só no fim é que compreendemos todas as ligações pela douta descrição de Hercule Poirot ou Miss Marple, numa “sessão solene” com todos os envolvidos reunidos numa sala à espera de serem desmascarados e acusados.
Neste filme não se chega a tanto, entenda-se, mas lamentavelmente as ligações subterrâneas entres os personagens e as reviravoltas do argumento são-nos apresentadas no fim, na forma de flash backs, sobre cenas que não vimos e caem do céu sem paraquedas, causando-nos uma surpresa com sabor amargo por ser desenquadrada com alguns dos eventos que foram “vendidos” como reais.
Assim, para quem gosta de histórias de crime e de mafiosos encontra os ingredientes necessários e constitui o género de filme “para entreter” mas nada mais do que isso, o desempenho de Jonh Travolta é esforçado mas derivativo, tendo conseguido uma segunda oportunidade depois dos êxitos do passado, os outros personagens não vão mal, o problema está realmente em nunca nos terem avisado que na origem estava uma questão de bullyng mal resolvida e é pena.
Classificação: 5 numa escala de 10

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