Sinopse
Numa pequena e pacífica clareira, os restos de um piquenique abandonado à
pressa dão início a uma guerra entre duas tribos de formigas. Em jogo está uma
caixa de açúcar. Dentro dessa caixa de açúcar esconde-se uma pequena joaninha,
que se perdeu da sua família ao fugir de um grupo de moscas que a perseguiam,
acabando por se ferir na asa e cair. Ao tornar-se amiga de Mandíbula, uma
simpática formiga negra, esta jovem joaninha arrojada acaba por ver-se
envolvida no meio desta batalha. O formigueiro onde vivem as formigas negras é
alvo de um terrível ataque por parte das terríveis formigas vermelhas
guerreiras, que são lideradas pelo destemido Butor. A pequena Joaninha, sem se
aperceber, torna-se na última esperança das formigas negras para salvarem o seu
formigueiro. Uma jornada épica ao nível do solo...
Opinião por Artur Neves
“Minúsculos”
foi produzido pela produtora independente Futurikon de origem Francesa, fundada
em 1996 e corresponde à mais séria ameaça ao domínio da Pixar, que nos tem dado
belas obras de animação. Actualmente incluída no universo Disney, esta
produtora apresenta mais propensão para o entretenimento infantil com histórias
do tipo de encantar de príncipes, princesas e quejandos, além de outros argumentos
mais interessantes produzidos na sua fase independente, anterior.
“Minúsculos”
distingue-se dos filmes produzidos na sua congénere com esta história, sem palavras,
sem legendas, (excepto uma muito curta introdução inicial) em que os
personagens são eles próprios, insectos do campo vivendo no seu habitat e
interagindo uns com os outros segundo a versão Darwinista das suas origens. A comunicação
entre as espécies diferentes em confronto é necessariamente ininteligível, tal
como em relação a nós que não percebemos a linguagem dos insectos, nem seria
crível que percebêssemos, muito embora tivéssemos criado a metáfora “do tempo
em que os animais falavam”, mas que podemos inferir os seus objectivos de sobrevivência
e podemos dotá-los de alguns comportamentos de competição e/ou de entreajuda com
mútuos benefícios, que fazem desta história um filme belo, terno sem ser piegas.
Também
existe competição feroz, que é a regra entre os animais, mas por toda a
história perpassa um ambiente natural de sons e ruídos da mata que nos envolvem
e convencem da luta pela vida a que assistimos, e daquela “amizade” improvável
entre uma joaninha e uma formiga.
A
imagem é magnífica, o argumento é simples embora exija maior capacidade de discernimento
do que o de uma criança, para a qual só terá significado o evento enquanto ele
dura, sem a capacidade de secundarização e de planeamento que a história
inclui, pelo que, trata-se de uma animação para um público mais crescido, embora
não necessariamente adulto. Vale a pena assistir, diverte, está bem feito e
recomendo.
Classificação:
7 numa escala de 10
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