Sinopse
A
história do homem certo no corpo errado. Num derradeiro esforço para travar um
plano diabólico, as memórias, segredos e competências de um operacional da CIA
morto (Ryan Reynolds) são implantadas num imprevisível e perigoso psicopata
condenado (Kevin Coster), na esperança que este venha a completar a missão de
que o operacional estava encarregue.
Com
um elenco fenomenal, que conta ainda com Tommy Lee Jones, Gary Oldman e Gal
Gadot, “Criminoso” é o mais recente trabalho de Ariel Vromen, o realizador de
“Um Homem de Família” e do argumentista de “O Rochedo”.
Opinião por Artur Neves
O
terrorismo internacional está na moda pelas piores razões que todos conhecemos
e o cinema utiliza essa realidade para nos elucidar sobre as piores previsões a
que o mesmo pode chegar, lançando mão da sofisticação científica existente no
mundo ocidental, ou ainda, da antecipação previsível a que esse desenvolvimento
nos pode conduzir, que se concretiza na história contada neste filme. É pois
uma história de acção a rodos que não pode deixar de incluir uma perseguição
automóvel com os inerentes “car crashings”
de belo efeito, catalisadores de uma emoção que a história realmente não tem.
Os
argumentos de espionagem internacional, com intrigas entre potências rivais é
por si só um tema suficientemente rico para conseguir desenvolver emoção,
surpresa, expectativa e outros sentimentos contraditórios que prendem o
espectador à acção sem necessidade de lhe tentarem “vender” uma hipotética
“transmissão de pensamento”, literalmente falando, entre um agente da CIA morto
em serviço e um criminoso (que dá o nome ao filme) quase “primata”, selvaticamente
violento, com carências cognitivas de índole pessoal e social que lhe conferem
características quase inumanas, interpretado por um Kevin Costner em fim de
carreira.
Esta
escolha porém não é inocente, porque como nos é dado conhecer, a tal
“transmissão de pensamento” produz um efeito corrector dos desvios intrínsecos
da personalidade do sujeito que fazem emergir a faceta paternal do actor, quase
“lamecha”, e então tudo fica correcto para os desígnios da “inteligence agency” mais famosa do mundo
que assim pode salvar a humanidade do colapso para que todos possamos dormir
descansados e protegidos e ficar bem na fotografia.
Este
assunto sobre segurança internacional é suficientemente interessante para nos
apresentar histórias de espionagem com maior rigor formal do que esta, sem ser
necessário recorrer aos limites da ficção científica como é caso do transplante
de memória entre humanos, que aliás constitui assunto já abordado em filmes de
ficção científica. Não sou contra esta área de utilização cinematográfica e
muito menos, sobre a abordagem de assuntos tecnológicos de ponta, não
compreendo é que a sua utilização permita, assim com um estalar de dedos,
transformar um “criminoso” num pai protector só para amenizar uma história de
contornos forçados que não nos convence tal como nos é contada.
Fica-nos
porém todo o resto de um filme de acção, com todos os ingredientes mais ou
menos comuns, bem feito, com efeitos especiais espectaculares q.b., que se vê
com agrado, não fosse a grande mistificação anteriormente referida. Para “ele”,
excluindo “esta”, vai toda a classificação mencionada a seguir.
Classificação:
5 numa escala de 10
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